Foto: Divulgação/Arquivo
Jonas Paulo 11 de julho de 2025 | 14:44

Eu vejo o futuro repetir o passado, por Jonas Paulo*

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O PT não é lugar de vale-tudo, nunca foi e nunca será!Não podemos reviver entre nós a sanha de Cronos, o monstro medieval que exterminava seus próprios filhos por se sentir ameaçado.

Uma simples disputa interna dos rumos do único partido, que por ser democrático, seus filiados participam vivamente da escolha de suas direções políticas em todos os níveis, virou uma batalha insana.
Aqui na Bahia, o velho militante idealista de esquerda, um dos ativos construtores do projeto democrático que dirige o Estado há duas décadas, com inteligência e sensibilidade militante, se une a uma jovem militante, mulher, negra, dirigente e diligente, pois cuida do nosso Centro de Memória do PT Nacional, portanto sabe da história e das estórias que fazem o nosso legado.

E ambos foram disputar juntos, ele e ela – ela e ele, a Presidência Estadual do Partido, dando uma contribuição militante ao PT baiano.Um clima de insatisfação generalizada com a condução atual do Partido, que aumentou com as três tentativas de substituir o presidente, rejeitado e incapaz de concorrer à reeleição. Até Fórum Alternativo foi criado e apresentado à imprensa e à sociedade baiana, quando foi anunciado o candidato substituto oficial da direção e seus tutores. Mas num passe de mágica tudo se esvaiu no confessionário e nos recônditos da sacristia… tudo compreensível.

Mas nós, ele e ela, insistimos e persistimos; pautamos os valores, os princípios fundantes, a ética, o papel dirigente, o protagonismo político, a atenção aos diretórios municipais, o respaldo às lideranças locais do Partido, a transparência, a liderança na coligação… enfim, o resgate do papel do PT de partido autônomo e dirigente, que dialoga, influencia e dá sustentação ao governo, mas que é uma Instituição com vida própria. Governos são efêmeros, mas o Partido é permanente.

Fizemos uma campanha pró-ativa, disputamos ideias, conceitos, propostas e avaliações, mesmo com apenas um debate engessado e pasteurizado, mas o status quo negava o debate de ideias.E veio o que se esperava na reta final, era preciso aplastar a coragem e a boa performance dele e dela e tirar-lhes toda a luz e visibilidade, e impor-lhes a rendição ou a derrota inexorável, acachapante, a qualquer preço, com a volúpia insana das estruturas de poder.

Focaram nos grandes centros, houve de tudo: práticas heterodoxas, vetustas, nada usuais na cultura petista: ameaças, arrogância, demissões, assédios, diário oficial como “espada de Dâmocles” e culminou com a deformação de listas, ônibus de turismo eleitoral, urnas volantes, votos não-partidários, processos na justiça burguesa e até profanação de memórias que já estão em outro plano.

Lastimável, apenas para tentar ofuscar o resgate do nosso legado por um velho dirigente idealista que ainda cultiva sonhos libertários ou para interditar a caminhada de projeção de uma jovem mulher dirigente com sensibilidade de raça e de classe que deseja e sonha com um Partido insubmisso.
Acho que não conseguiram; pelo contrário, o trator caterpillar atolou e respingou lama no vestido branco da noiva antes de se consumar o ritual litúrgico.

Pra que? Se todos estaremos juntos e unidos para reeleger Jerônimo Governador e fazer da Bahia o grande bastião para reeleger Lula Presidente e defender a soberania nacional e garantir a Democracia no País!A razão tem razões que a própria razão desconhece! Efeito bumerangue!

*Jonas Paulo é ex-presidente e ex-candidato à presidência do PT-BA.

Jonas Paulo*
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