22 agosto 2025
O deputado federal Jorge Solla (PT) afirmou que o Partido dos Trabalhadores é o único do Brasil “que não tem dono”. Ao ser perguntado sobre o Processo de Eleição Direta (PED) que, no próximo domingo (6), vai eleger os novos presidentes dos diretórios municipais e estadual, o parlamentar destacou o caráter democrático da eleição interna.
“É importante destacar que o único partido do Brasil que chama seus filiados para eleger seus dirigentes é o PT. Os demais partidos, infelizmente, têm donos. O dono nacional diz quem é o dono do Estado, o dono do Estado diz quem é o dono do município e se não reza na cartilha, troca o dono do local. Felizmente, o PT mantém essa capilaridade, esse processo democrático. Como qualquer processo eleitoral democrático dá trabalho, você tem que viajar, conversar, dialogar, debater, correr atrás do voto, mas é muito positivo. Isso renova as lideranças, isso acolhe a necessidade do partido. E eu tenho certeza que vai ser um resultado muito bom que teremos no próximo domingo”, disse, em entrevista a este Política Livre durante as comemorações pela passagem do 2 de julho, data que marca a Independência da Bahia.
Sobre a eleição de 2026, o parlamentar teceu duras críticas à oposição e disse que o grupo opositor ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) se resume ao prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil). “Que oposição? Quem é mais? Porque parece que só sobrou o prefeito Bruno Reis, e os demais, me parece que já tem um deslocamento muito intenso. O governador Jerônimo está muito bem avaliado, a oposição ao governo dele está muito fragilizada, e eu tenho certeza não só que Jerônimo vai ser reeleito com a maior votação que um governador já teve na Bahia, como nós vamos bater o recorde de votos ao presidente Lula que nós demos na eleição passada”, projetou.
IOF
Na entrevista, Solla também defendeu o governo Lula quanto à decisão de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) na disputa com o Congresso sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), medida derrubada nas duas Casas Legislativas, na Câmara Federal e no Senado, na última semana.
“O presidente Lula, na campanha eleitoral, afirmou que nós precisamos botar o povo no orçamento e o rico no imposto de renda. E é o que o presidente Lula está fazendo. Eu estou participando da comissão especial que está discutindo a mudança do imposto de renda e eu acho isso essencial. Nós precisamos, é bom lembrar, que nos seis anos, dois de Temer e quatro de Bolsonaro, o imposto de renda também estava congelado (…) O IOF, você viajou para o exterior e usou cartão de crédito nos últimos cinco anos? Então, você não pagaria IOF nem de 3,38 nem de 3,5%. E olha, quem usou no governo Bolsonaro, sabe quanto era o IOF? 6,38%. Com a entrada do presidente Lula, ele reduziu progressivamente, chegou agora a 3,28%, iria passar a 3,5%. Era um aumento de 0,12% em um imposto sobre compras feitas com cartão de crédito exterior. O que é que o pobre ia pagar disso aí? Nada, zero”, explicou.
Reinaldo Oliveira e Carine Andrade