13 agosto 2025
O deputado federal Jorge Solla (PT) criticou duramente a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de anunciar a imposição de uma tarifa de 50% sobre importações brasileiras de aço e outros produtos. Para o parlamentar, a medida é mais um ataque direto à indústria nacional e escancara o comportamento servil da extrema-direita brasileira em relação ao país norte-americano.
“Enquanto Trump humilha e taxa o Brasil, Bolsonaro aplaude de pé. Essa extrema-direita brasileira sempre prestou continência à bandeira dos Estados Unidos e virou as costas para o povo brasileiro. É uma política vira-lata, de quem nunca teve coragem de defender os interesses nacionais”, afirmou Solla.
O parlamentar lembrou que Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, mantém laços estreitos com Trump e a ultra direita americana, tendo participado de eventos com Steve Bannon e defendido pautas que fragilizam a soberania brasileira. Para Solla, o gesto de Trump não é isolado, mas “reflexo de uma articulação ideológica internacional que usa sanções como arma política, e da qual a família Bolsonaro participa com entusiasmo, mesmo que isso custe empregos, renda e soberania do Brasil”.
Além das críticas, o deputado destacou que o Brasil não se curvará à pressão de um único mercado, e que o governo Lula está comprometido com uma diplomacia soberana, multilateral e orientada para o desenvolvimento.
Ele ressaltou o papel estratégico dos BRICS (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, recentemente ampliado), que oferece novas possibilidades de comércio, investimentos, financiamento e cooperação tecnológica, sem o peso das imposições unilaterais de Washington.
“O Brasil não vai mais se ajoelhar diante dos Estados Unidos. Vamos fortalecer nossas relações com a América do Sul, com a África, com a Ásia. Os BRICS são hoje uma alternativa real ao eixo do dólar. E precisamos, sim, repensar o papel da moeda americana como única referência global. Nosso futuro não será escrito em inglês e imposto por tarifas de um governo xenófobo”, pontuou Solla.
A defesa de uma nova política externa também foi reforçada pelo presidente Lula, em entrevista concedida na quinta-feira (10) à Agência Brasil, onde afirmou que os BRICS seguirão discutindo alternativas ao dólar nas transações internacionais. Segundo o presidente, a busca por novas formas de cooperação financeira é essencial para que os países do Sul Global não fiquem à mercê de decisões unilaterais dos Estados Unidos.
Solla também criticou a incoerência dos bolsonaristas, que, ao mesmo tempo, em que pedem anistia para criminosos que tentaram o golpe de 8 de janeiro, aplaudem ações de presidentes estrangeiros contra o Brasil.
“Essa turma nunca teve pátria. Teve projeto pessoal, projeto de poder, uma fidelidade cega a interesses que não são os do povo brasileiro”, concluiu.