Caso a aliança se concretize, José Rocha afirma que União Brasil deve comandar na Bahia federação formada com PP

Um dos representantes do União Brasil na Câmara Federal, o deputado José Rocha disse nesta quinta-feira (09) a este Política Livre que é a favor da criação de uma federação entre o partido e o PP. As duas siglas estão negociando há semanas a formação do grupo, que seria o maior da Casa, com 108 parlamentares.

“Eu sou a favor criação da federação. Acho que pode ajudar muito o Brasil. Mas também acho que não é uma operação fácil de ser concretizada. Existem alguns entraves que não são fáceis de serem resolvidos”, declarou José Rocha.

Segundo divulgou o jornal Valor nesta quinta, existem divergências dentro do União Brasil sobre a federação. O presidente nacional da legenda, deputado federal Luciano Bivar (PE), é contra. José Rocha garantiu, no entanto, que na bancada baiana da sigla o ambiente é favorável à iniciativa. O Política Livre revelou que o ex-prefeito de Salvador ACM Neto esteve em Brasília esta semana para articular em favor da formação do grupo.

No PP, existem impasses regionais, sobretudo no que se refere ao comando da federação nos estados. José Rocha acredita, no entanto, que não existam obstáculos na Bahia, mesmo com a decisão da bancada estadual pepista de apoiar o governo Jerônimo Rodrigues (PT), enquanto o União Brasil está na oposição.

“Ninguém do PP baiano, pelo que sei, se colocou contra. Até porque o presidente nacional do partido (o senador Ciro Nogueira, do Piauí) é a favor”, disse o deputado. Questionado, ele afirmou ainda que, caso a federação seja formada, na Bahia o comando deve ficar sob a liderança de ACM Neto e do União Brasil. “Temos mais deputados federais e tivemos um candidato a governador forte que contou com o apoio do PP. Esse caminho é o natural”.

Entre os maiores entusiastas da federação também estão o líder do União Brasil na Câmara, o deputado Elmar Nascimento, e o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Os dois tentam somar forças para articular a ocupação de cargos no governo Lula (PT).

O objetivo também era que a dobradinha entre as duas legendas fosse selada antes da definição sobre o comando das comissões técnicas da Câmara, que devem sair na próxima semana. Caso o “casamento” se concretize, a federação se tornaria maior que o PL e teria direito a ocupar os espaços mais privilegiados no Legislativo, inclusive a relatoria do orçamento.