22 novembro 2024
Com a demora para a definição da candidatura da base governista à Prefeitura, a articulação política do candidato petista Robinson Almeida e a executiva do PT em Salvador passaram a avaliar a possibilidade de o grupo sair com duas candidaturas à sucessão do prefeito Bruno Reis (União Brasil).
A estratégia colocaria fim à ideia da unidade, defendida pela cúpula petista, em especial o senador Jaques Wagner e o governador Jerônimo Rodrigues, que preferiam ver o emedebista Geraldo Jr., vice-governador do Estado, encabeçando sozinho a disputa com o apoio de toda a base governista.
Num cenário desses, o PT e o MDB marchariam, de forma independente, com suas respectivas chapas sob um compromisso – ainda que vago, porque incerto – de apenas costurarem um acordo para disputar um eventual segundo turno.
Até o momento, a direção municipal petista tem enfrentado a pressão decorrente do já sabido interesse de Wagner e de Jerônimo de apostarem na candidatura emedebista com a alegação de que Robinson representaria um dos poucos candidatos do partido a concorrer numa capital do país.
Além disso, e mais importante, que é fundamental que o deputado estadual saia candidato para assegurar pelo menos a reeleição da atual bancada petista na Câmara de Salvador, que pode ser comprometida no caso de os vereadores não contarem com uma alavanca como a candidatura majoritária.
De acordo com um quadro importante do petismo baiano, a discussão sobre a sucessão em Salvador passou a preocupar diante da falta de uma saída clara para o impasse surgido com a existência de várias candidaturas no grupo que, sozinhas, não são competitivas.
Como as negociações em torno de uma chapa única não evoluíram, outro argumento que passou a predominar entre os partidos da federação, que o PT integra com o PCdoB e o PV, é de que várias candidaturas podem levar à decisão eleitoral em duas etapas.
A mesma fonte admite que o PT pode “até sugerir a retirada da candidatura de Robinson” a partir de um sinalização clara do governador, mas seguramente a medida demandaria uma negociação com o chefe do Executivo estadual.
Ela teria que levar em conta, por exemplo, o impacto da decisão de o partido abrir mão da candidatura majoritária sobre a eleição à Câmara Municipal. “Vamos ficar assim, sem condição de disputar a Prefeitura e com uma bancada reduzida ou zerada?”, questiona.
Política Livre