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Vereadora denuncia irregularidades em maternidade de Alagoinhas e aponta responsabilidade da Prefeitura por falecimento de parturiente 08 de julho de 2024 | 11:52

Vereadora denuncia irregularidades em maternidade de Alagoinhas e aponta responsabilidade da Prefeitura por falecimento de parturiente

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Presidente do PDT em Alagoinhas, a vereadora Luma Menezes protocolou uma representação no Ministério Público da Bahia denunciando irregularidades no novo Hospital Materno-Infantil do município, inaugurado há poucos dias. Os problemas, inclusive, teriam contribuído para o falecimento, no último dia 5, de uma parturiente de apenas 25 anos por complicações pós-parto, em uma morte por hemorragia que poderia ter sido evitada.

“Para tentar mostrar serviço às vésperas do período eleitoral, a Prefeitura inaugurou o hospital às pressas, sem garantir o pleno funcionamento do equipamento público. Detectamos problemas como a falta de insumos, de pessoal e de medicamentos. Isso sem falar que uma parte da unidade ainda estava em obras quando foi aberta para atendimento”, disse Luma.

A vereadora fiscalizou a unidade de saúde, inaugurada há pouco mais de uma semana com show do cantor Pablo. A fiscalização foi feita após a circulação de um vídeo em redes sociais, onde uma mulher se queixava da UTI neonatal não estar funcionando. A Prefeitura declarou, em nota, que o setor estava equipado, mas ainda não tinha profissionais para ativá-lo.

Após conversar com a equipe do hospital e algumas pacientes, Luma confirmou a nota da Prefeitura sobre a falta de pessoal, mas também relatou que UTI não estava nem mesmo com a parte elétrica pronta e ainda estava sendo pintada.

Outros setores que ainda estavam sendo concluídos incluem o laboratório e a nutrição, que provisoriamente serão garantidos por empresas privadas. Também foram observados quartos sem ar-condicionado, pequenas pilhas de poeira e entulho pelo chão e partes do encanamento e alvenaria ainda incompletos.

A inauguração do hospital era esperada para maio de 2023, mas foi concluída somente em junho de 2024. Mesmo com mais de um ano de atraso, foi entregue com o ambulatório sem funcionar plenamente, e apenas dois das quatro salas de cirurgia concluídas. Houve, ainda, relatos de pacientes de banheiros alagados e refeição com ovo estragado.

Em nota enviada ao Política Livre, o Hospital Materno Infantil de Alagoinhas afirma:

O Hospital Materno Infantil de Alagoinhas informa que lamenta o ocorrido e que se solidariza com os familiares da paciente. A unidade de saúde ressalta que todo atendimento e suporte médico necessários foram prestados à puérpera e que não há nenhuma relação da estrutura do hospital com a ocorrência.

O Hospital frisa que preza por atendimento humanizado e de qualidade a todas as parturientes. Todos os partos estão sendo feitos em leitos hospitalares, como preconiza o SUS. Quaisquer dúvidas, familiares podem procurar o Serviço Social da unidade, que está disponível para maiores esclarecimentos.

O Hospital informa, ainda, que está comprometido com o compromisso internacional de reduzir a mortalidade materna (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável), e que esse desafio só será vencido com a união de todos para que todas as mulheres cheguem ao final da gestação com pré-natal adequado, dentro das normas preconizadas pelo SUS. Esse recurso possibilita a identificação de situações de risco prévias e o tratamento adequado.

Atualizada em 11.07, às 9h34.

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