13 janeiro 2025
Donald Trump disse que foi salvo “pela graça de Deus Todo-Poderoso” ao prometer reprimir a imigração, reduzir impostos e renovar guerras comerciais se for eleito para mais quatro anos na Casa Branca.
Trump usou seu discurso ao aceitar a nomeação presidencial republicana para fazer um apelo ao centro, pedindo cura nacional e fim da “discórdia e divisão” ao relembrar o tiroteio no sábado passado (13) que quase o matou.
Mas ele também viu seu discurso de mais de 90 minutos em uma arena lotada na Convenção Nacional Republicana em Milwaukee como uma oportunidade para reforçar a agenda “América Primeiro” repleta de nacionalismo econômico, alertando os parceiros comerciais dos EUA que novas medidas protecionistas podem estar a caminho.
Faltando menos de quatro meses para a eleição de novembro, o discurso de Trump ocorreu em um momento ímpar na política americana, já que o ex-presidente lidera nas pesquisas —apesar de suas recentes condenações criminais— e o oponente democrata Joe Biden enfrenta uma revolta sem precedentes de membros de seu próprio partido pedindo que ele abandone a corrida à reeleição.
Trump agora lidera Biden em quase todas as pesquisas de opinião nacionais e em estados-chave, tornando-se o favorito claro para retornar à Casa Branca. Os mercados de apostas na quinta-feira colocaram as chances de vitória de Biden, que está com Covid-19, em uma baixa recorde.
Trump usou seu primeiro discurso desde a tentativa de assassinato para criticar o aumento da inflação sob Biden, mas também para alertar os parceiros comerciais dos EUA que ele reviveria as disputas comerciais que perturbaram os mercados e empresas globalmente quando ele estava no cargo.
“Por muito tempo fomos explorados por outros países, muitas vezes considerados nossos aliados. Perdemos empregos e receita, eles ganham tudo e destroem nossas empresas. Eu parei isso há quatro anos, e vou parar de novo”, disse Trump.
Trump prometeu especificamente usar “impostos, tarifas e incentivos” para ajudar o setor automobilístico dos EUA e “não permitiria que enormes fábricas de automóveis fossem construídas no México, China ou em outros países”.
Mas ele também prometeu acabar com regras que impulsionam a adoção de veículos elétricos, que são o cerne dos planos climáticos de Biden.
Trump também foi apoiado na quinta-feira por quase todos os seus familiares próximos, incluindo sua esposa, Melania, e filha, Ivanka, que até o momento evitaram apoiar publicamente sua terceira candidatura à Casa Branca.
Folhapress