21 dezembro 2024
Neste domingo (6), além do prefeito de Salvador, os eleitores também irão às urnas escolher os 43 vereadores incumbidos da tarefa de legislar e também fiscalizar o Executivo pelos próximos quatro anos. No total, são 842 candidatos, o que representa uma concorrência de 19,81 por cadeira. O número de postulantes é bem inferior ao do pleito de 2020, quando chegou a 1.590. Lideranças dos partidos e federações fizeram suas estimativas em conversa com este Política Livre.
Com um número menor de partidos, de candidatos, sem advento de pandemia e com aumento de 72.659 eleitores no comparativo com 2020, além das novas regras da disputa e a elevação do coeficiente eleitoral, a tendência é que os candidatos proporcionais na capital precisem de mais votos para serem vitoriosos. A disputa promete ser mais acirrada e a renovação na Câmara é estimada em até 30%.
Hoje, dos 43 vereadores, a base do prefeito Bruno Reis conta com 32, e pode subir para até 34, avaliam representantes do Legislativo ouvidos pelo site, inclusive da oposição. Isso porque a Federação Brasil da Esperança, formada por PT, PCdoB e PV, pode eleger apenas cinco integrantes, perdendo duas cadeiras. Vale lembrar que um dos membros do grupo, o vereador André Fraga (PV), apoia o prefeito.
União Brasil
No União Brasil, que hoje tem a maior bancada na Câmara Municipal (seis membros) e deve ser a agremiação a receber a maior quantidade de votos na legenda, por conta da candidatura de Bruno Reis, a conta é que oito cadeiras sejam conquistadas. Estão na briga para ficar na cabeça os vereadores Duda Sanches e Kiki Bispo. Também têm a reeleição tida como garantida Cláudio Tinoco, Paulo Magalhães Júnior e Cátia Rodrigues, liderança evangélica. Os cinco são considerados como em um patamar acima dos demais.
O vereador Duda Sanches (União Brasil)
No segundo bloco estão os hoje suplentes Alberto Braga e Palhinha e a vereadora Marcelle Moraes. Também são considerados competitivos nomes como Marcelo Neto, Pedro Godinho e Binho de Ganso, na cota da renovação. Novidade do União Brasil no pleito, o presidente da Juventude da sigla, Lucas Moreno, apesar do potencial e do apoio declaro de ACM Neto, não deve se eleger.
PSDB/Cidadania
Na federação PSDB/Cidadania, que deve eleger a segunda maior bancada governista na Câmara Municipal, a conta dos “analistas” ouvidos pelo site é que de cinco a seis cadeiras sejam conquistas. O primeiro, todos apontam, será o atual presidente da Casa, Carlos Muniz, que está entre os cotados para ser o mais bem votado no geral. Outro que deve ser eleito é Dudu Magalhães (PSDB).
Depois, estão na briga nomes como Tia Jove (PSDB), hoje suplente dos tucanos, os vereadores Daniel Alves (PSDB), Cris Correia (PSDB) e Téo Senna (PSDB), além de Isabela Souza (Cidadania), Rodrigo Amaral (PSDB), Carol dos Animais (PSDB), Coronel Sturaro (PSDB), Felipe Lucas (PSDB) e Alexandre Tchaca (PSDB). Ou seja, a briga é intensa independentemente de quem tem ou não mandato.
O presidente da Câmara Carlos Muniz (PSDB)
PDT
Também é acirrada a briga no PDT, que deve eleger, num cenário mais realista, três vereadores, embora lideranças do partido apostem na conquista de quatro cadeiras. O mais votado deve ser o ex-presidente da Limpurb, Omar Gordilho, que tem o apoio da vice-prefeita Ana Paula Matos e do deputado federal Félix Mendonça Júnior, caciques da sigla.
O vereador Anderson Ninho (PDT)
Mas o vereador Anderson Ninho também esta na disputa pelo topo. A outra vaga deve ficar com a vereadora Roberta Caíres, que tem o apoio de ACM Neto e, a exemplo de Omar Gordilho, de parte da máquina da Prefeitura. Se houver uma quarta vaga, o duelo fica entre a vereadora Débora Santana e o ex-coordenador da Codecon, Zilton Netto, ligado ao deputado federal pedetista Leo Prates.
Republicanos
A aposta é que o Republicanos vai ampliar o número de vereadores eleitos em 2020, saltando de três para quatro. Devem ser reeleitos os três vereadores que concorrem à reeleição ligados à Igreja Universal do Reino de Deus: Luiz Carlos, que foi o mais bem votado no geral em 2020 e pode repetir a dose este ano, Ireuda Silva e Júlio Santos.
O vereador Luiz Carlos (Republicanos)
Depois, aparecem na briga lideranças como Kel Torres e Mala, além do vereador Leandro Guerrilha e do ex-vereador Beca. Filiado ao Republicanos na janela partidária, o vereador Alfredo Mangueira não deve se reeleger.
PP
O PP briga para eleger quatro vereadores nas eleições deste ano em Salvador. O mais forte do partido é o vereador Maurício Trindade. Depois, brigam pelas demais vagas os vereadores Sandro Bahiense, Sidninho, George Gordinho da Favela e o comunicador Jorge Araújo, apontado como uma incógnita que pode ter de seis a dez mil votos. Outro que pode surpreender é Sandro Filho, do MBL – ele é forte nas redes sociais.
O vereador Maurício Trindade (PP)
PL
No PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), há quem aposte na conquista de duas cadeiras, num cenário mais real, a até três, a depender do chamado voto ideológico. Dos dois vereadores hoje do partido – Alexandre Aleluia e Isnard Araújo -, apenas o primeiro, que tem um trabalho forte nas comunidades e dialoga bem com o eleitor conservador, deve se reeleger. Isnard perdeu o apoio da Igreja Universal do Reino de Deus, e, por isso, a tendência é que fique de fora.
O vereador Alexandre Aleluia (PL)
Disputam a vaga ou as vagas da renovação do PL outras lideranças bolsonaristas, a exemplo de André Porciuncula, Cézar Leite, Lorena Brandão, Alexandre Moreia e William Farias. O partido pode ser prejudicado pelo fato de que há concorrentes apoiadores do ex-presidente em outras siglas, a exemplo de Sandro Filho no PP e Humberto Sturaro no PSDB. Mas pode ser ajudada pelo voto na legenda, por conta do apelo Bolsonaro.
PRD, DC, PMB e Novo
O PRD, outro partido da base de Bruno Reis, também deve eleger de dois a três vereadores. O puxador de votos da sigla é o pastor Kênio Rezende, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus. O segundo deve ser o o vereador José Antônio. A terceira vaga, se houver, pode ser do vereador Fábio Souza.
No DC, a conta é a mesma, de dois a três representantes. O mais votado deve ser o atual vereador Ricardo Almeida, outro ligado ao segmento evangélico. A tendência é que o vereador Sabá, filiado à sigla, também renove o mandato. Se o partido surpreender e conquistar uma terceira cadeira, a briga fica entre os vereadores a liderança Alex Alemão e os vereadores Marcelo Maia e Toinho Carolino.
O Novo trabalha para eleger ao menos um vereador, o que não será tarefa fácil. Caso aconteça, a favorita é Luciana Buck, que chegou a ser pré-candidata a prefeita, mas retirou o nome do páreo para apoiar Bruno Reis. Já o PMB foi montado para tentar reeleger o vereador Átila do Congo, mas o movimento pode dar xabu.
Oposição
Por conta do fraco desempenho da candidatura do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) ao Palácio Thomé de Souza, a oposição pode perder espaço na Câmara. Hoje, a minoria é formada por 11 vereadores, número que pode cair para nove.
A federação formada por PT, PCdoB e PV, que hoje tem sete integrantes, pode ficar com cinco vagas, sendo uma delas ocupada por André Fraga, que deve ser reeleito e é aliado de Bruno Reis. Pelo PT, também estão na briga o ex-vereador Arnando Lessa, a vereadora Marta Rodrigues, irmã do governador Jerônimo Rodrigues, e o vereadore Luiz Carlos Suíca. No PCdoB, a disputa é entre os vereadores Augusto Vasconcelos e Hélio Ferreira e a ex-vereadora Aladilce.
O ex-vereador Arnando Lessa (PT)
O MDB deve eleger de um a dois vereadores, se houver voto de legenda para ajudar. São favoritos os ex-vereadores David Rios e Alan Castro. O vereador Joceval Rodrigues, filiado à sigla, enfrenta dificuldades para renovar o mandato. O Podemos, por sua vez, também pode eleger até dois representantes: João Carlos Bacelar Filho em primeiro, com a segunda vaga disputada pelo vereador Randerson Leal e pela liderança Atan Uber. A legenda tem a a influência deputado federal João Carlos Bacelar (PV), pai do principal candidato a vereador da sigla e que conhece bem a política na capital.
O PSB da deputada federal Lídice da Mata deve manter uma cadeira na Câmara, como é atualmente. Estão na briga o vereador Sílvio Humberto e o vice-presidente estadual da legenda, Rodrigo Hita. O cantor Igor Kannário, ex-vereador e ex-deputado federal, também é candidato a vereador pelo partido e pode surpreender. Já o PSD deve ficar com uma cadeira, a de Carlos Kleber, ex-diretor de Habitação da Conder e ex-assessor do deputado federal Antonio Brito.
Na federação formada por PSOL/Rede, a conta é que uma cadeira seja conquistada. O favorito é Humberto Neto (Rede), ex-chefe de Gabinete da Conder. Com isso, a vereadora Laina Crisóstomo não deve renovar o mandato.
O Solidariedade e o Avante, outros partidos da base do governo do estado não devem conseguir eleger nenhum vereador em Salvador.
Política Livre