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O presidente dos EUA, Joe Biden 04 de outubro de 2024 | 19:50

Não sei se a eleição será pacífica, afirma Joe Biden sobre a disputa entre Kamala Harris e Trump

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta sexta-feira (4) que não sabe se a eleição presidencial no país será pacífica.

“Estou confiante de que será livre e justa. Não sei se será pacífica. As coisas que [Donald] Trump disse, e as coisas que ele disse da última vez, quando não gostou do resultado da eleição, foram muito perigosas”, afirmou Biden.

O democrata afirmou que foi notável que o companheiro de chapa de Trump, o senador J.D. Vance, não confirmou durante o debate vice-presidencial desta semana que aceitaria o resultado da votação do próximo mês.

Perguntado pelos moderadores durante o debate vice-presidencial na terça-feira (1º) se buscaria novamente contestar os resultados da eleição deste ano, mesmo que todos os governadores certificassem os resultados, Vance respondeu que estava “focado no futuro”.

Trump está concorrendo contra a vice-presidente, Kamala Harris, em uma disputa acirrada que será definida por alguns estados decisivos no dia 5 de novembro.

O resultado do pleito americano é determinado por colégios eleitorais estaduais, nos quais quem é mais votado pela população em geral de cada estado conquista todos os votos de delegados estaduais. É possível, portanto, vencer no voto popular em escala nacional, mas perder a eleição em caso de derrota em estados-chave na disputa.

Trump, visitando um centro de resposta ao furacão Helene em Evans, no estado da Geórgia, nesta sexta, afirmou que não tinha ouvido o que Biden havia dito sobre o resultado das eleições.

“Eu só posso esperar que seja livre e justa”, disse ele aos repórteres. “Acho que neste estado será, e espero que em todos os estados também seja”, disse o ex-presidente.

A Geórgia foi um dos campos de batalha de Trump em 2020. O republicano é alvo de um processo criminal na Geórgia no qual é acusado de tentar reverter sua derrota no estado ao perder para Biden naquele ano. A ação cita, por exemplo, uma conversa telefônica do então presidente com um secretário estadual, na qual Trump diz que “apenas quer achar 11.780 votos”. Ainda não há data para julgamento.

Aliados do ex-presidente, aliás, mantêm a Geórgia como campo de batalha, aprovando no órgão responsável por supervisionar as eleições no estado, no último dia 20, uma nova regra que obriga todos os condados do estado a contarem os votos à mão.

A determinação, feita a menos de sete semanas do pleito deve atrasar a divulgação do resultado no estado, crucial para a eleição deste ano. Críticos afirmam que o método é mais propenso a erros, vulnerável a fraudes e custoso para o contribuinte. O temor é que a situação abra caminho para um cenário caótico.

Nesta semana, promotores americanos afirmaram que Trump agiu fora do escopo de suas funções como presidente quando pressionou autoridades estaduais e o então vice-presidente Mike Pence para tentar reverter sua derrota eleitoral de 2020.

O republicano também virou réu em caso que apura sua participação em tentativas de reverter a eleição no contexto da invasão do Congresso americano no dia 6 de janeiro de 2021, durante cerimônia que certificaria a vitória de Biden.

Folhapress
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