25 novembro 2024
A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) promoveu nesta terça-feira (15) a capacitação Novembro Salvador Capital Afro, voltada para o fortalecimento do afroturismo em Salvador. O evento foi realizado em dois turnos, no auditório do órgão, no Comércio, alcançando agentes de viagem e operadoras de turismo pela manhã, e guias de turismo pela tarde. Cerca de 60 pessoas participaram do curso, que contou com a parceria da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur).
Os participantes receberam informações sobre as ações de promoção e internacionalização do destino pela Secult; sobre o Novembro Salvador Capital Afro, calendário do mês de novembro para celebrar o legado e o patrimônio afro-brasileiro da cidade; sobre os roteiros afro, novos circuitos pela cidade e equipamentos culturais. Além disso, os guias receberam placas de sinalização do Rolê Afro, que são roteiros e experiências afrocentradas na capital.
O diretor de turismo de Salvador, Márcio Franco, destacou que houve uma série de investimentos na cidade nos últimos anos em equipamentos turísticos, a exemplo do Centro de Convenções, e nos culturais. Portanto, é interessante que os profissionais que trabalham de alguma maneira com o turismo na capital baiana tenham essas informações na ponta da língua de forma atualizada e alinhada.
“A gente percebeu que algumas pessoas tinham determinadas informações alinhadas e outras não, então a gente pretende deixar isso de forma muito linear e democrática para todos. Estamos fazendo uma grande atualização, inclusive falando das estratégias que Salvador vem desempenhando e desenvolvendo dentro e fora do Brasil. Também estamos falando dos nossos equipamentos turísticos. Foi uma ideia nossa e que foi muito bem-vinda pelo setor. As pessoas de fato queriam ter um pouco mais dessa atualização, e a intenção é que possamos manter esse evento de maneira regular, durante uma ou duas vezes por ano”, contou.
Para Simone Costa, especialista em turismo pelo Prodetur-Salvador, a gestão municipal tem trabalhado fortemente a ideia do turismo cultural. “Precisamos de um turismo cultural robusto, mas para isso a cidade precisa estar preparada, não só com a infraestrutura turística, mas também com o serviço. Esse convite para as agências, operadoras e para os guias de turismo visa fazer com que eles possam construir juntamente conosco essa cidade. Eles também precisam estar informados sobre quais são as ações e estratégias, pois são eles que estão na ponta em contato com os turistas”.
Presidente do Sindicato dos Guias de Turismo do Estado da Bahia, Rivanete Rodrigues avaliou a iniciativa como importante. “É um evento de grande importância, principalmente para o profissional guia de turismo, que já vem se qualificando. Houve uma qualificação pelo Sebrae sobre afroturismo em 2023, alcançando mais de 60 guias. Agora, essa capacitação surge para agregar mais conhecimento e mais valor para o profissional. A gente percebe que com o eixo do afroturismo muitos turistas têm chegado e procurado direcionar o passeio para esse segmento. Essa capacitação, com certeza, vai agregar bastante valor ao guia de turismo”.
Crescimento – Rita Solto, 56 anos, foi uma das guias que participaram da capacitação. Além de atuar no segmento, ela é turismóloga e trabalha atendendo turistas há mais de três décadas.
“Eu sou uma das guias de turismo pioneiras em Salvador, então para mim é uma grande emoção e satisfação ver o crescimento dentro de uma política municipal que acreditou em todos esses projetos voltados para o trade turístico da nossa cidade. O resultado está aí na ponta: segundo ano de afroturismo, segundo ano de Rolê Afro intenso. Nós temos uma procura muito grande e até assustadora. Eu já tenho grandes negócios fechados para novembro e começo de dezembro. Somos muito gratos, com a certeza de que não vai faltar trabalho para a gente”, ressaltou.
Além disso, como guia de turismo negra, ela frisou a importância da valorização da questão étnico-racial em uma cidade cuja formação sociocultural é inseparável das contribuições deixadas pelo povo africano e seus descendentes.