22 novembro 2024
O ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) criticou, em conversa com este Política Livre, o posicionamento dúbio do PP na Bahia. “Parece jogo combinado para ter uma boquinha em cada lugar, nos governos federal, estadual e municipal de Salvador”, disse o cacique emedebista.
Geddel comentou a entrevista concedida ao site pelo secretário-geral do PP baiano, Jabes Ribeiro, na qual o dirigente afirmou que o partido só vai tomar um posicionamento sobre as eleições e 2026 no ano do pleito, mas admite a possibilidade de a legenda ocupar novos espaços tanto no governo de Jerônimo Rodrigues, do PT, quanto no do prefeito da capital, Bruno Reis, do União Brasil.
“Respeito muito o PP e seus integrantes, mas isso não é posição de partido sério. É bom saber até que eles têm diretorias no Detran, enquanto outros partidos que estão com o governo Jerônimo para ganhar ou perder, embora o desejo seja sempre ganhar, têm, de forma legítima, o direito de reivindicar posições para contribuir com a administração”, disse o ex-ministro.
“Eles querem ficar com um pé em cada canoa, sem firmar compromisso para 2026. Se a moda pega, todos os partidos da base vão criar uma dissidência interna. O governador não é bobo, e acredito que o prefeito de Salvador também não é. E veja que não tem nem disputa interna pelo comando do PP. Ou seja, parece que é tudo mesmo jogo combinado. Acho que nem o ex-prefeito de Salvador (ACM Neto, do União Brasil), que tem obsessão de ser candidato a governador, deveria aceitar isso, e sim cobrar uma definição”, concluiu Geddel.
Um dos espaços cobiçados pelo PP na reforma administrativa que Jerônimo pretende fazer é justamente o comando da Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (Cerb), hoje comandada pelo emedebista Jayme Vieira Lima Filho, primo de Geddel.
Política Livre