23 novembro 2024
O presidente do Partido dos Trabalhadores da Bahia, Éden Valadares, classificou esta quinta-feira (21) como um dia “estarrecedor” após a Polícia Federal indiciar o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, e mais outras 36 pessoas, dentre elas generais de alta parente das Forças Armadas e de agentes federais, por planejar um golpe de estado contra a democracia brasileira e o assassinato do presidente e do vice-presidente eleitos, Lula e Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes. A declaração de Éden foi feita em entrevista ao BNews.
“Um dia importante, mas está estarrecedor mesmo. A Polícia Federal detalha e revela ao Brasil um esquema de golpe de Estado que envolvia não só o crime de atentado violento contra o governo, o Estado, o Estado Democrático de Direito, o golpe de Estado, organização criminosa, mas o caráter violento desse planejamento, que previa, inclusive, o assassinato do então presidente eleito e do vice-presidente eleito, e do ministro da Suprema Corte do país”, destacou o dirigente do PT baiano, ao destacar: ‘”O mundo inteiro olha para o Brasil assustado”.
“Nós estamos em 2024, e vemos uma república do tamanho do Brasil, um país continental, com a importância geopolítica que tem, que essa semana se tornou o capital do mundo, por assim dizer, ao receber o G20, ao receber as 20 maiores economias, mais 80 outros países e organizações internacionais presentes no nosso país. É que o Rio de Janeiro foi a capital do multilateralismo, ou seja, o multilateralismo é a democracia mundial, a governança democrática mundial, a gente vê, infelizmente, revelado que o ex-presidente, que perdeu as eleições, não aceitou o resultado das urnas, planejou e tentou executar um golpe de Estado com previsão, inclusive, do homicídio, do assassinato dos seus adversários”, acrescentou Éden.
Para o dirigente do PT, o indiciamento é o primeiro passo. “Deve haver depois a denúncia feita pelo Ministério Público, pela Procuradoria, a aceitação da justiça a essas pessoas. O rigor da lei prevê, inclusive, que eles têm a oportunidade de se defenderem, mas nós não podemos vacilar. A República Brasileira, a democracia brasileira, as instituições brasileiras e os homens e mulheres livres desse país, que valorizam a nossa democracia e todos aqueles que tombaram, que lutaram para que a gente chegasse num país democrático, que batalham diariamente para a gente viver numa democracia, não pode haver vacilação, muito menos anistia”
Éden destacou a importância da investigação, do julgamento e da condenação de todas as pessoas que integraram a trama. “Não vamos andar para trás. Vamos investigar, julgar e condenar todos os envolvidos exemplarmente para que a gente não esqueça e para que para isso nunca mais se repita. Não torço pela prisão de ninguém, mas torço que quem atue, planeje e execute um plano contra a democracia brasileira não passe impune. Não pode haver um sentimento de impunidade com relação a todas as pessoas envolvidas. É muito grave o que nós estamos falando”.