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O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, com o influenciador Paulo Figueiredo, em Washington 09 de julho de 2025 | 22:15

Eduardo diz apelar a autoridades do Brasil para evitar conflito com Trump

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O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), licenciado da Câmara desde março, escreveu em nota nesta quarta-feira (9), pedido para autoridades brasileiras “evitarem escalar” o conflito com os Estados Unidos para evitar “o pior”, que seria a aplicação das tarifas de 50% pelos EUA ao Brasil a partir de 1º de agosto.

Ele fez a afirmação em carta assinada junto com o ex-apresentador da Jovem Pan Paulo Figueiredo, que foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) no caso da trama golpista.

Na nota, a dupla ainda diz que as sanções ao ministro Alexandre de Moraes “possivelmente serão adicionadas” no combo de retaliação ao Brasil.

“Apelamos para que as autoridades brasileiras evitem escalar o conflito e adotem uma saída institucional que restaure as liberdades. Cabe ao Congresso liderar esse processo, começando com uma anistia ampla, geral e irrestrita, seguida de uma nova legislação que garanta a liberdade de expressão — especialmente online — e a responsabilização dos agentes públicos que abusaram do poder”.

“Sem essas medidas urgentes, a situação tende a se agravar — especialmente para certos indivíduos e seus sustentadores”.

Na nota, a dupla diz que desde que iniciou a atuação internacional tem buscado sanções individualizadas, o que, para eles, evitaria “o pior”, mas que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entendeu que o governo Lula (PT) também precisaria arcar com a consequência do que ele vê como uma perseguição política.

“Desde o início da nossa atuação internacional, buscamos evitar o pior, priorizando que sanções fossem aplicadas de forma individualizada, com foco no principal responsável pelos abusos: Alexandre de Moraes. Sanções que muito possivelmente ainda serão adicionalmente implementadas, sem prejuízo da sua expansão também contra os seus apoiadores diretos”, disseram.

“No entanto, recentemente, o presidente Trump, corretamente, entendeu que Alexandre de Moraes só pode agir com o respaldo de um establishment político, empresarial e institucional que compactua com sua escalada autoritária. O presidente americano entendeu que esse establishment também precisa arcar com o custo desta aventura”, afirmaram.

A dupla acusa o STF de ter retaliado a decisão dos EUA de restringir a entrada ao país de autoridades estrangeiras que violem a liberdade de expressão com a a revogação parcial do Marco Civil da internet.

Eduardo e Paulo chamar de “tarifas-Moraes” a sobretaxa de 50% anunciada nesta quarta por Trump. Eles ainda dizem que esta é a oportunidade de escolher o caminho da “liberdade, prosperidade e soberania” ou se tornar “uma sociedade controlada e submissa, à semelhança da China, tão admirada pelo STF”.

“Um ataque direto à liberdade de expressão com consequências globais. Enquanto isso, Lula aprofundou-se em uma sequência de desastres diplomáticos antiamericanos — com declarações raivosas suas, de ministros e até da primeira-dama, além de aproximações deliberadas com regimes autoritários como China e Irã”, disseram.

Eles afirmam ainda que insistir na expansão do Brics e criticar o ataque dos EUA ao Irã também contribuíram para que a relação com os americanos piorasse.

Desde fevereiro Eduardo e Paulo tem atuado por sanções a Moraes em encontros com autoridades do governo americano e do Congresso e afirmavam ver crescer o apoio a essa hipótese.

Julia Chaib/Folhapress
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