13 agosto 2025
Vice-presidente da Ordem dos Advogados da Bahia (OAB-BA) no primeiro mandato da colega Daniela Borges, a advogada Cristiane Gurgel se envolveu numa grande negociação para permanecer no grupo que resultou em sua indicação, na chapa da reeleição, no ano passado, para membro do Conselho Federal da Ordem, um dos cargos mais disputados da instituição.
Ao contrário do previsto, no entanto, ela retardou por meses a decisão de tomar posse como conselheira na expectativa de poder concorrer ao cargo de magistrada do Tribunal Regional do Trabalho baiano (TRT), órgão em que o marido já é desembargador e tem grande prestígio e influência, o que abriu um rosário de críticas ao seu plano.
Mas a estratégia não foi bombardeada apenas entre os colegas da Ordem. No próprio TRT, resistentes à ideia de terem um casal como colegas, os desembargadores, depois de muita discussão nos bastidores, decidiram aprovar uma resolução instituindo o voto secreto para a escolha dos indicados ao Quinto Constitucional, espaço reservado aos advogados.
Com a medida, teriam sepultado as chances de Gurgel ser escolhida. A iniciativa ganhou cunho de manobra contra o casal porque a votação ocorreu no momento em que o marido da advogada estava de férias, ausente, portanto, da instituição e das articulações. Além disso, os desembargadores mantiveram a votação aberta para outras escolhas no Tribunal.
O recado final foi dado aos dois na justificativa apresentada para a decisão: “preservar a independência dos julgadores e evitar pressões externas”. A proposta foi aprovada por maioria numa sessão presidida pelo desembargador Jéferson Murici com a presença do procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho na Bahia, Maurício Brito.
Quem sugeriu a mudança foi o desembargador Edilton Meirelles, que recebeu rápido apoio entre os colegas. Não se sabe agora se Gurgel vai tentar assumir o cargo de conselheira federal e se ainda possui prazo para fazê-lo.
Politica Livre