Foto: Alan Santos/PR/Arquivo
O presidente dos EUA, Donald Trump, com Jair Bolsonaro 15 de julho de 2025 | 16:00

Trump repete que vê ‘caça às bruxas’ e diz que Bolsonaro não é seu amigo, mas é ‘bom homem’

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, repetiu nesta terça-feira (15) que vê uma “caça às bruxas” no julgamento de Jair Bolsonaro (PL) no Brasil.

Respondendo à pergunta de jornalista ao deixar a Casa Branca, Trump perguntou se Bolsonaro iria a julgamento agora e quando começaria, adicionando o comentário: “ele ainda não foi condenado, certo?”.

Em seguida, o presidente afirmou que não é amigo de Bolsonaro, mas acredita que ele é um “bom homem” e que não é desonesto.

“Olha, ele não é como um amigo meu. Ele é alguém que eu conheço, e eu o conheço como um representante de milhões de pessoas, brasileiros. Eles são ótimas pessoas, e ele ama o país, e ele lutou muito por essas pessoas, e eles querem colocá-lo na prisão”, disse.

“Eu acho que isso é uma caça às bruxas, e acho que é muito lamentável, e ninguém está feliz com o que o Brasil está fazendo, porque Bolsonaro foi um presidente respeitado”, repetiu o presidente americano.

Esta é a segunda vez que Trump fala sobre Bolsonaro, além das declarações que deu nas redes sociais.

O republicano anunciou na semana passada a sobretaxa de 50% sobre todos os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto em carta na qual criticou o STF (Supremo Tribunal Federal) e saiu em defesa de Bolsonaro.

Trump abre a carta mencionando seu relacionamento com Bolsonaro, a quem chama de “líder altamente respeitado”. Ele critica o julgamento do ex-presidente pelo STF no caso da trama golpista classificando-o como uma “caça às bruxas” e “vergonha internacional”.

Também acusa o STF de violar a liberdade de expressão, citando ordens de censura “secretas e ilegais” contra redes sociais americanas.

O Supremo, principalmente com decisões do ministro Alexandre de Moraes, ordenou nos últimos anos a remoção de conteúdos e perfis acusados de disseminar fake news sobre o sistema eleitoral e atacar a democracia. Algumas dessas ordens envolveram empresas como X (ex-Twitter), YouTube e Meta.

A principal medida anunciada por Trump é a imposição de uma sobretaxa de 50% sobre todos os produtos exportados do Brasil para os Estados Unidos a partir de 1º de agosto de 2025. A medida é apresentada como resposta ao que classificou como injustiças comerciais praticadas pelo Brasil.

O presidente Lula (PT) tem reagido. Em nota e entrevistas, afirmou não aceitar interferências nas políticas internas do Brasil. “A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano”, disse Lula em nota.

Nesta terça, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Jair Bolsonaro (PL), e o ex-apresentador da Jovem Pan Paulo Figueiredo, estão em Washington para uma nova rodada de conversas sobre a situação jurídica de Bolsonaro e Moraes.

Desde sábado (12), aumentou a pressão de setores ligados a big techs por uma sanção ao magistrado depois que ele deu uma nova ordem ao Rumble determinando a remoção de uma conta ligada ao apresentador Rodrigo Constantino, que é cidadão americano.

Julia Chaib/Folhapress
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