29 julho 2025
O ex-presidente da Câmara Municipal de Camaçari Flávio Matos, que ingressou no PL na semana passada, confirmou que será candidato a deputado federal em 2026. Em conversa com este Política Livre, ele defendeu a necessidade de a oposição ao PT se fortalecer na cidade para enfrentar o grupo liderado pelo prefeito petista Luiz Caetano.
Para Flávio, o caminho mais eficaz para conter o avanço do PT é ter duas candidaturas de oposição: a dele, para federal, e a do ex-prefeito Elinaldo Araújo (União), para estadual. O ex-vereador lembrou que a esposa do atual prefeito, a deputada federal petista Ivoneide Caetano, é postulante à reeleição.
“Não dá para Ivoneide caminhar sozinha. Nosso grupo precisa se fortalecer para enfrentar o PT tanto em 2026 quanto em 2028. Acredito que essa força virá de duas candidaturas de oposição ao PT”, declarou Flávio, ao afirmar que tem esperanças de que seu grupo encontrará um ponto de convergência até o próximo pleito.
Vale lembrar que Flávio Matos deixou o União Brasil porque não encontrou, no partido, espaço para ser candidato a deputado federal em 2026. Ele também não tem o aval de Elinaldo, de quem acabou se afastando ainda mais ao se filiar ao PL. O ex-prefeito vai apoiar para a Câmara o atual deputado federal Paulo Azi (União), que mira a reeleição, e o deputado estadual Manuel Rocha (União), que tentará voos mais altos no próximo pleito.
Flávio ressaltou que sua decisão é estratégica e não fruto de disputa pessoal. “Tenho gratidão por Elinaldo. Ele conduziu minha trajetória política por 15 anos. Mas, diante da derrota em 2024, é preciso repensar e solidificar um projeto robusto para enfrentar o PT. Respeito sua visão, mas acredito que ele erra quando diz que eu não devo ser candidato para não contrariar o PT. Na minha visão, o projeto político que lidero em Camaçari é justamente o que enfrentará o PT com mais viabilidade”.
Segundo o ex-vereador, embora se fale nos bastidores sobre um compromisso anterior entre ele e Elinaldo em torno de Paulo Azi e Manuel Rocha, esse entendimento jamais foi oficializado. “Elinaldo diz que houve um compromisso, mas isso nunca foi colocado à mesa. Se eu não fosse candidato, ficaria claro que houve imposição, e isso não faz bem à força política que representamos”, afirmou.
Questionado se pretende apoiar Elinaldo para deputado estadual, o ex-presidente da Câmara afirmou que precisa tratar da questão internamente no PL. “Vamos dialogar porque preciso ouvir o partido, quais são os planos, os projetos. A minha ideia é que possamos caminhar juntos, toda a oposição”.
A fala de Flávio Matos ecoa o que já havia sido sinalizado pelo presidente estadual do PL, João Roma, em entrevista recente ao site. O dirigente afirmou que o ex-vereador assumirá o comando do partido no município.
Política Livre