21 novembro 2024
Tiroteio, agressões físicas e ameaças de morte elevaram o grau de tensão na disputa pela herança do ex-deputado estadual Osvaldo Souza. Filha de um dos mais conhecidos e ricos políticos do Baixo-Sul baiano, Renilda Vitória pediu apoio ao comando-geral da PM para tentar cumprir a decisão judicial que determinou o afastamento do seu meio-irmão, Rodrigo Martins, das empresas e fazendas que integram o espólio do pai. Fruto do segundo casamento de Osvaldo Souza, Martins é acusado de falsificar a assinatura do ex-deputado em uma procuração que transferia para ele o comando dos bens, fraude comprovada por peritos do Departamento de Polícia Técnica. Contudo, Martins se aquartelou nas propriedades rurais situadas entre os municípios de Gandu, Itamari e Wenceslau Guimarães e deflagrou uma série de atos de violência desde que saiu a sentença da Justiça, em 13 de agosto.
O clima de guerra entre os herdeiros de Osvaldo Souza, morto em 17 de junho de 2012, atingiu o ápice no último sábado. De acordo com relatos feitos à polícia por outro filho do político, o empresário Ruy Souza, Rodrigo Martins e um grupo de homens armados rechaçaram à bala a equipe da PM de Itamari enviada para cumprir a decisão judicial. Em seguida, o motorista de Ruy Souza e sua irmã, Renilda, foram agredidos por Martins e um dos seus capangas. Antes do bangue-bangue do fim de semana, Ruy Souza já havia pedido proteção policial ao secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa, em 3 de dezembro. À época, disse ter sido ameaçado de morte por pessoas ligadas ao meio-irmão. Em 12 de junho, foi a vez de Renilda Vitória relatar ameaças à polícia. No centro da disputa, estão cerca de 36 mil hectares de terra, divididos em dezenas de fazendas de gado, cacau e seringa.
Jairo Costa Júnior, Correio*