3 dezembro 2024
O governo brasileiro começa a discutir nesta quinta-feira, 12, com a Argentina um projeto de defesa na área cibernética. Segundo o ministro da Defesa, Celso Amorim, a guerra cibernética é a maior ameaça do século 21, e a América do Sul tem que estar preparada para enfrentá-la. “A guerra cibernética é a guerra do futuro. Tomara que não venha a acontecer, mas se acontecer, temos que estar preparados”, disse Amorim aos jornalistas brasileiros em Buenos Aires, onde desembarcou nesta quinta para reunir-se à noite com a presidente Cristina Kirchner e o ministro de Defesa argentino, Agustín Rossi.
Este será o primeiro encontro bilateral para tratar sobre o assunto depois do episódio de espionagem por parte dos Estados Unidos em vários países da região, inclusive o Brasil. Amorim está acompanhado pelo diretor do Centro de Defesa Cibernética, general José Carlos dos Santos, para discutir a possibilidade de cooperação na área. “Se há espionagem, há perigo de sabotagem e temos que estar preparados para nos defender”, afirmou o ministro. Celso Amorim considerou que a área de cibernética é, talvez, a mais importante para a defesa neste século porque, “cada vez mais será difícil usar armas convencionais, e praticamente impossível o uso de outras armas de destruição de massas – salvo casos isolados”. Segundo ele, a cibernética pode ser uma arma de destruição em massa.
Por isso, Amorim destacou a importância de uma cooperação entre o Brasil e os países da América do Sul, começando pela Argentina. “Esta é uma das mensagens que estou trazendo: que estamos dispostos a cooperar. Agora, como essa cooperação será feita, isso é o que temos que discutir”, afirmou. Ele ressaltou que a tendência é de ter ações coordenadas no âmbito do Mercosul e da Unasul na área de defesa, inclusive no desenvolvimento de uma doutrina que abranja toda a América do Sul. “O que pudermos fazer com os países da região, será feito”, disse.
Marina Guimarães, Agência Estado