Foto: Bruno Domingues/Reuters
Gerentes e ex-gerentes da companhia foram convocados 14 de janeiro de 2015 | 17:15

Petrobras convoca reunião e faz aceno a gerentes sob suspeita

A Petrobras convocou na sexta-feira passada, dia 9, no Rio, gerentes e ex-gerentes da companhia acusados em sindicâncias internas de cometer irregularidades em obras da estatal a fim de anunciar que ainda poderá fazer “erratas” nesses relatórios, caso sejam detectadas “imprecisões” nas investigações. O comando da Petrobras aproveitou para lembrar aos gerentes que, segundo o estatuto interno da empresa, vai pagar os advogados de todos os citados em processos judiciais e administrativos. A proteção jurídica dada pela companhia alcança os funcionários que respondem por impropriedades na construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). As auditorias sobre os dois casos foram concluídas em novembro e implicaram diversos gerentes, que estão afastados. Ao fim dos processos, eles podem ser demitidos. Os relatórios foram remetidos para a força-tarefa encarregada das investigações da Operação Lava Jato, que avalia a proposição de novas ações penais e de improbidade. No caso de Abreu e Lima, dez pessoas foram responsabilizadas por irregularidades que teriam contribuído para a elevação dos custos da refinaria, cujo orçamento saltou de R$ 4 bilhões para R$ 24 bilhões. No relatório do Comperj, 13 funcionários e ex-funcionários são listados como autores dos procedimentos investigados. Nos dois relatórios, além dos gerentes, figuram como culpados pelas falhas o ex-diretor Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e o ex-gerente executivo Pedro Barusco, que aceitaram fazer delação premiada na Operação Lava Jato. O ex-diretor Renato Duque (Serviços), suspeito de receber propina na estatal, também foi implicado. A reunião foi conduzida pelo gerente executivo da área jurídica, Nilton Maia, e mais duas servidoras da Petrobras, uma delas assessora da presidente Graça Foster. Segundo fontes presente à reunião, os representantes da companhia justificaram que a empresa reconhecia a “colaboração” de todos e se via “no dever” de ajudá-los.

Fabio Fabrini, Estadão Contúdo
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