23 dezembro 2024
Adriano de Lemos Alves Peixoto é PHD, administrador e psicólogo, mestre em Administração pela UFBA e Doutor em Psicologia pelo Instituto de Psicologia do Trabalho da Universidade de Sheffiel (Inglaterra). Atualmente é pesquisador de pós-doutorado associado ao Instituto de Psicologia da UFBA e escreve para o Política Livre às quintas-feiras.
Este ano Agosto trouxe consigo a febre Pokemon Go e as Olímpiadas. Como já tem muita gente falando dessas coisas, eu irei focar em outro evento importante deste mês: as eleições para o sistema Conselhos de Psicologia (Regionais e Federal). Três nos atrás eu manifestei meu apoio e voto à chapa do Fortalecer a Profissão. Na época, grupo de oposição no Conselho Federal de Psicologia. Como na abertura da Olimpíada deste ano, Atena Niké esboçou um leve sorriso e esse grupo foi eleito.
Entretanto, o Fortalecer não tinha ema estrutura organizada, era apenas um coletivo de pessoas que se reuniu para enfrentar um partido que havia se encastelado no poder já há muitos anos e que geria os destinos da Psicologia com base em uma visão bastante parcial da nossa profissão, tanto em termos de práticas, quanto em relação à aportes teóricos e metodológicos fator especialmente importante em uma profissão cuja marca distintiva desde a sua criação tem sido a pluralidade. Precisamos reconhecer que existem méritos inegáveis nesse grupo, mas os defeitos eram e continuam sendo insuportáveis, a começar pela desqualificação de tudo aquilo que seja contrário à sua visão de mundo: clinica Individual, psicoterapia? Elitista! Psicologia Organizacional e do Trabalho? Vendida ao Capitalismo! Escolar? Quer disciplinar e normalizar os estudantes! Jurídica? Nem se fala!…e por ai vai.
Já estou me desviando, deixem-me retomar o fio da meada. O fortalecer é uma força em construção que caminha na busca da maior organização e de condições concretas para o avanço da Psicologia (ciência e profissão) e de melhores condições de trabalho para todos os profissionais. Ganhamos o Federal, mas ficamos isolados, pois não havia presença nos conselhos regionais. O Sistema conselhos tem uma estrutura colegiada e várias decisões são tomadas de forma coletiva com a participação direta dos regionais. Assim, boa parte das ações desenvolvidas nos últimos anos encontraram feroz resistência e oposição.
Apesar das dificuldades, uma pauta positiva foi implantada! Maior transparência na gestão dos recursos, maior comunicação com os profissionais inscritos no Conselho com a criação de vários canais distintos de comunicação, maior envolvimento e participação das sociedades científicas da Psicologia, melhoria na gestão interna do próprio conselho, diálogo permanente com os regionais, ampliação dos espaços políticos da Psicologia, defesa de importantes bandeiras como piso salarial, revisão da tabela de honorários, jornada de trabalho, oposição ao ato médico, universalização do voto pela internet…
Nas eleições deste ano o quadro político se modificou. Novas forças se apresentam, o contexto político e social que envolvem nossa atuação profissional se transformou (deteriorou?) fortemente. Alguns desafios permanecem, mas novos se apresentam! O fortalecer se propõe a enfrenta-los atuando ao longo de três eixos principais: 1) focar sua ação no exercício do profissional de Psicologia; 2) fortalecer a ação junto à sociedade; 3) encampar uma reforma política, jurídica e tributária no sistema conselhos de Psicologia de modo a diminuir as desigualdades, a dependência e a fragilidade dos pequenos conselhos regionais e ampliar a participação dos profissionais da Psicologia nas decisões da autarquia.
Eu continuo acreditando nessas bandeiras e nas pessoas que as carregam, e é pelas razões acima que, no próximo dia 27 de Agosto, dia do(a) Psicólogo(a), eu voto com a atual gestão do Conselho Federal de Psicologia para FORTALECER A PROFISSÃO.