23 novembro 2024
Em sua primeira agenda no interior de São Paulo, o candidato do PSL à Presidência nas eleições 2018, Jair Bolsonaro, foi a Presidente Prudente, um dos mais fiéis redutos tucanos, e criticou o ex-governador e candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. “Alckmin se juntou ao que tem de pior na política brasileira. É por isso que os eleitores dele agora estão me apoiando. É só comparar a minha vida pregressa com a dele. Estou no sétimo mandato de deputado federal e não tenho uma mancha. Já ele está na mira da Lava Jato em São Paulo”, afirmou. Bolsonaro disse que as últimas pesquisas mostraram que a estratégia de Alckmin, de se juntar aos partidos do chamado Centrão para ter mais tempo de televisão, não deu certo. “O tal do blocão, o grande acordo que existe entre eles, e que o PSDB nega se for perguntado, é que, em chegando lá, o presidente assina um indulto para o Lula e para uma parte do Lava Jato.” De acordo com o candidato do PSL, o eleitor não aceita mais a política do “toma lá da cá” e rejeita candidatos com essa postura. “Deputados de grande parte desse centrão, e até do PSDB, não vão pedir voto para o Alckmin. O deputado pede voto para o Alckmin e acaba perdendo voto. Ele (Alckmin) vai ter dificuldade para que os deputados do centrão trabalhem para ele.” Bolsonaro também contrapôs seu estilo, que considera “autêntico”, ao do tucano. “Pergunte para o Alckmin sobre o aborto e sobre ideologia de gênero. Ele vai ficar em cima do muro. As minhas posições são claras, são as mesmas que eu defendo sempre.” As afirmações foram feitas em entrevista coletiva depois de o candidato ter seguido em carreata do aeroporto até a praça 9 de Julho, no centro da cidade. Ele caminhou rapidamente pelo calçadão e, em seguida, discursou em cima de um carro de som. Cerca de 800 pessoas participaram do ato, segundo estimativas da Polícia Militar. Ao microfone, Bolsonaro vinculou o partido de Alckmin ao PT de Lula. “Chega dessa dupla de irmãos corruptos, que querem mergulhar o país no caos. Nos últimos anos eles nos assaltaram. Temos que varrer do mapa o PT e o PSDB.” E criticou a construção de presídios na região pelos governos tucanos. “Presídio tem que ser construído na região amazônica, não aqui. Lá o sujeito não tem acesso a celular e realmente fica afastado do convívio da sociedade, sem contato com os que estão do lado de fora.”
Estadão