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Geraldo Alckmin e Bolsonaro 30 de agosto de 2018 | 07:25

Alckmin vai ao interior de SP contra fator Bolsonaro

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Em uma tentativa de conter o avanço do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) em meio ao eleitorado paulista, a campanha do candidato Geraldo Alckmin (PSDB) apelou a militantes e dirigentes de partidos aliados no Estado para promover o nome do ex-governador e desconstruir o adversário. Bolsonaro hoje lidera, com 22%, as intenções de voto (no cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) em São Paulo, maior colégio eleitoral do País e “reduto” dos tucanos. Após ter governado São Paulo por quatro mandatos, Alckmin tem 16% das intenções de voto no Estado. Tucanos e aliados cobram uma atuação mais intensa do ex-governador em sua base eleitoral e temem que se repita no Estado o mesmo fenômeno que levou Aécio Neves a perder as eleições presidenciais de 2014. Naquele ano, o senador perdeu para Dilma Rousseff em Minas Gerais por uma diferença de 550 mil votos (52,4% a 47,6%). Se tivesse conquistado uma vitória folgada em sua terra natal, Aécio teria sido eleito. Alckmin participa nesta quinta-feira, 30, em Mogi das Cruzes do primeiro ato político suprapartidário no Estado após o início oficial da campanha. O ex-prefeito João Doria (PSDB), que disputa o governo do Estado, não estará presente. Antes disso, Alckmin só dedicou dois dias de sua agenda para fazer campanha no Estado após o início da corrida presidencial – visitou a cidade de Ribeirão Preto no sábado, 25, e a comunidade de Paraisópolis, na capital, no domingo, 26. Também nesses casos, sem a presença de Doria. Já Bolsonaro fez uma espécie de caravana paulista na semana passada, passando por Presidente Prudente, São José do Rio Preto, Araçatuba, José Bonifácio, Glicério e Barretos. Um dos principais responsáveis pela mobilização do evento desta quinta-feira foi o ministro Gilberto Kassab (Comunicações), principal líder do PSD. São esperadas cerca de 2 mil pessoas entre representantes e prefeitos de siglas do Centrão, como PP, DEM e PR. O ato está sendo formatado para mostrar unidade na coligação, afinar o discurso e impedir “infidelidades” entre representantes do colegiado partidário. Alguns dos deputados estaduais mais votados na última eleição, como Coronel Telhada, que deixou o PSDB para se filiar ao PP, já declararam apoio a Bolsonaro. Delegado Olim, também do PP, é outro que resiste em fazer campanha para o tucano. E o problema não ocorre só em São Paulo. Há exemplos de traições no Rio, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Sul, onde o deputado Onyx Lorenzoni (DEM) ciceroneou Bolsonaro ontem em agendas de campanha. Segundo o deputado Silvio Torres (SP), tesoureiro nacional do PSDB e um dos mais próximos interlocutores de Alckmin, as agendas em São Paulo serão intensificadas na reta final da campanha por uma questão logística. “Essa campanha é mais curta que a de 2014. A gente teve que cumprir primeiro muitas agendas fora do Estado”, disse ele. Ainda segundo Torres, na reta final da campanha Alckmin terá de ficar mais em São Paulo para gravar programas e participar de debates. O candidato aproveitará, então, para investir em sua base. Além de Kassab, os deputados estaduais Estevam Galvão (DEM) e Marcos Damasio (PR) também estão entre os responsáveis pelo evento. “Alckmin não está em um bom momento, isso é fato, mas vai crescer com o início da campanha na TV. Eu sou fiel à coligação, peço votos e acredito que o DEM está 100% fechado com ele, ao menos aqui em São Paulo”, afirmou Galvão, que vai tentar o quinto mandato na Assembleia Legislativa em outubro.

Estadão
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