23 novembro 2024
O ex-governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (MDB), disse que o esquema de desvio de recursos na saúde pública do Rio também envolvia religiosos. Ele citou os contratos do Estado com a Organização Social Pró-Saúde, que é administrada por padres da Igreja Católica, e o cardeal D. Orani João Tempesta, arcebispo da Arquidiocese do Rio. “Não tenho dúvida de que deve ter havido esquema de propina com a O.S. da Igreja Católica, da Pró-Saúde. O dom Orani devia ter interesse nisso, com todo respeito ao dom Orani, mas ele tinha interesse nisso. Tinha o dom Paulo, que era padre, e tinha interesse nisso. E o Sérgio Côrtes nomeou a pessoa que era o gestor do Hospital São Francisco. Essa Pró-Saúde certamente tinha esquema de recursos que envolvia religiosos. Não tenho a menor dúvida”, afirmou. Outro lado. Em nota, a Arquidiocese do Rio respondeu que a Igreja Católica no Rio de Janeiro e seu arcebispo “têm o único interesse que organizações sociais cumpram seus objetivos, na forma da lei, em vista do bem comum”. Procurada no início da noite, a Pró-Saúde não respondeu sobre o depoimento de Cabral e afirmou que só poderá falar na quarta-feira, 27, em horário comercial. A organização é uma das maiores entidades de gestão de serviços de saúde e administração hospitalar do País e tem sob sua responsabilidade mais de 2.068 leitos e cerca de 16 mil profissionais. “A atuação da Pró-Saúde, entidade sem fins lucrativos, se alinha aos esforços da sociedade para o aperfeiçoamento dos serviços públicos de saúde. Como organização alicerçada na ética cristã e na vasta experiência católica de trabalho social, voltada aos mais diversos públicos, nas mais distintas realidades, a Pró-Saúde prima pela valorização da vida e pela defesa das condições essenciais para o desenvolvimento das pessoas”, diz a organização, em seu site.
Estadão Conteúdo