23 novembro 2024
Em audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado, o ministro Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública, destacou o aumento de 525% no número de policiais federais que investigam políticos e demais autoridades com foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal. A ampliação foi de 8 para 42 agentes que atuam no Serviço de Inquéritos Especiais da Polícia Federal, que investigam também senadores. Moro também destacou o reforço das Forças-Tarefas e equipes policiais da Lava Jato em Curitiba, no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília. Os dados foram apresentados pelo ministro em uma espécie de balanço das primeiras ações em sua gestão no Ministério. As delegacias da PF responsáveis pelo combate a corrupção nos quatro Estados tiveram incrementos que variam entre 83%, caso do Paraná, e 21%, caso de Brasília. O incremento em São Paulo foi de 25% e no Rio de Janeiro, 34%. O número médio de policiais nessas unidades passou a 48. Antes, eram 35. Além disso, Moro destacou a duplicação na equipe do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), de 31 para 64 pessoas. “O Coaf estava um pouco negligenciado em gestões anteriores. A equipe passou de 31 para 64. Tudo por conta daquela gordura que conseguimos cortar com a unificação de dois ministérios (o da Justiça e o da Segurança Pública)”, disse Moro. O comentário foi também uma defesa à junção das duas pastas – questionada por alguns parlamentares. O Coaf foi responsável pelo relatório – revelado pelo Estado – que apontou movimentações atípicas na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor do hoje senador Flavio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente da República, Jair Bolsonaro. Flávio Bolsonaro estava presente na sessão, em que Moro disse não pretender “tornar o Coaf um órgão policial”. “O Coaf é órgão de inteligência, e não de investigação. Não há plano de tornar o Coaf um órgão policial.”
Estadão