27 novembro 2024
Líder do governo na Câmara dos Deputados, o deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO) costura uma maneira de estreitar a relação entre o presidente Jair Bolsonaro e os parlamentares de seu partido, o PSL, que tem a segunda maior bancada na Câmara, com 54 deputados. Mesmo com o número, o governo tem problemas em estabelecer uma base sólida no Congresso. O líder na Câmara quer tornar mais frequente o encontro de Bolsonaro com seus correligionários e, por isso, levou nesta quarta-feira, 24, dez deputados do PSL para uma audiência com o presidente no Palácio da Alvorada, reunião que inaugurou a agenda do chefe do Executivo. A ideia é reunir Bolsonaro com grupos pequenos de parlamentares para que o presidente possa estabelecer um diálogo mais direto com os deputados. O encontro desta quarta foi o primeiro nesse molde, segundo Vitor Hugo. Além do líder, estiveram presentes os deputados Marcelo Freitas (PSL-MG) – relator da Previdência na CCJ -, Chris Tonietto (PSL-RJ), Caroline de Toni (PSL-SC), General Girão (PSL-RN), Coronel Armando (PSL-SC), Sanderson (PSL-SC), Aline Sleutjes (PSL-PR), Luiz Lima (PSL-RJ), Márcio Labre (PSL-RJ) e Nicolletti (PSL-RR). “A base do governo vai se formar, logicamente, em torno do presidente, e toda vez que a gente leva deputados do PSL (até Bolsonaro), a gente fortalece isso”, disse o líder na Câmara ao Estadão/Broadcast. A iniciativa vem após o próprio líder do PSL na Câmara, delegado Waldir, demonstrar insatisfação com o governo Bolsonaro. Em recente entrevista ao Estado, o deputado chamou o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM), de primeiro ministro, e afirmou que, se a reforma da Previdência for aprovada, o mérito é de Maia. “Ele (Bolsonaro) precisa fazer um carinho na cabeça do parlamentar”, disse o líder do partido do presidente. Segundo Major Vitor Hugo, apesar de ter sido comemorada durante o encontro, a aprovação da reforma da Previdência na CCJ não foi o tema principal da reunião no Alvorada. Apesar da vitória, o governo enfrentou resistência na comissão e precisou negociar com partidos. Foi só depois de 62 dias do envio da reforma da Previdência que a CCJ aprovou a proposta, enquanto que o governo Temer levou apenas 10 dias para passar a sua na mesma comissão. A intenção do governo agora é de instalar nesta quinta-feira, 25, a comissão especial para discutir a proposta. A primeira reunião de trabalho, no entanto, deve ocorrer apenas em 7 de maio, após o feriado.
Estadão