26 novembro 2024
Após uma tentativa de aliança de última hora com PSL se frustrar, o deputado federal Celso Russomanno (Republicanos) vai oficializar sua candidatura à Prefeitura de São Paulo nesta quarta-feira (16) com o advogado Marcos da Costa (PTB) como vice.
O PTB já havia lançado Costa em sua convenção, mas vai abrir mão da candidatura do ex-presidente da OAB-SP. Com isso, Russomanno, que afirma contar com o apoio e o carinho de Jair Bolsonaro (sem partido), aglutina forças com o PTB de Roberto Jefferson, agora aliado de primeira hora do presidente.
O parlamentar, que é apresentador de TV e atua na área de defesa do consumidor, largou como favorito nas eleições de 2012 e de 2016, mas acabou em terceiro lugar. Ele vinha resistindo a entrar na disputa, mas assumiu a tarefa após ter a indicação de que o presidente o apoiaria.
Na segunda-feira (14), ao comentar a confirmação de Russomanno sobre a candidatura, Costa disse à Folha que seu diferencial na briga pelo voto dos bolsonaristas em São Paulo era o fato de nunca ter ocupado cargo eletivo.
“Na hora em que começar a campanha e as pessoas me virem, saberão que há uma opção para quem está cansado dos mesmos nomes e dos mesmos partidos”, afirmou ele, que tem se apresentado como um representante do conservadorismo e do cristianismo.
Como o partido Aliança Pelo Brasil não se viabilizou a tempo, os eleitores bolsonaristas ficaram sem um candidato que represente esse campo na capital paulista. Russomanno, conservador e membro de um partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, quer preencher esse vazio.
O Republicanos também é o partido que abriga, no Rio, dois filhos de Bolsonaro (Carlos e Flávio).
A princípio, Russomanno negociou um espaço na chapa tucana, do prefeito Bruno Covas (PSDB), mas não houve acordo. O Republicanos acabou entregando os cargos que mantinha na gestão municipal.
Enquanto conversava sobre o posto de vice de Covas e abria articulações com outras siglas, Russomanno adiou sua convenção para esta quarta, último dia permitido pela legislação eleitoral para que os partidos oficializem suas chapas.
A parceria ora fechada repete a dobradinha da eleição municipal de 2012, quando Russomanno fechou na última hora o apoio do PTB, que abriu mão da candidatura de Luiz Flávio D’Urso, deslocado para a posição de vice do aliado. A dupla terminou em terceiro lugar.
Na segunda-feira (14), como revelou a Folha, o Palácio do Planaltou tentou um acordo com o presidente do PSL, Luciano Bivar, para rifar a candidatura de Joice Hasselmann (PSL) em São Paulo e indicar um vice a Russomanno.
A jogada, que naufragou, favoreceria Russomanno. Bolsonaro espera que a vitória do aliado lhe dê uma base eleitoral na maior cidade do país na eleição de 2022 e se contraponha ao plano do adversário, governador João Doria (PSDB), de reeleger Covas.
Joice e seus aliados, como o presidente do PSL paulista, deputado Júnior Bozzella, e o senador Major Olímpio (PSL-SP), não aceitaram abrir mão da candidatura. Caso Bivar insistisse em derrubá-la, a questão se arrastaria em processos judiciais, cenário que o entorno de Russomanno preferia evitar.
Russomanno esteve com Bolsonaro em duas agendas privadas no Planalto e também apareceu ao lado do presidente no último dia 5, durante visita à obra da pista do aeroporto de Congonhas, na capital.
O lançamento oficial da candidatura do deputado era a única peça importante que faltava no xadrez eleitoral paulistano. Com o período de convenções encerrado, a eleição na capital terá 14 candidatos.
Russomanno lançou a pré-candidatura em 7 de agosto, após ser pressionado pelo partido. Sua candidatura era vista com ceticismo por adversários, já que ele não se engajou em eventos de pré-campanha.
Folhapress