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O governador Rui Costa e o ex-prefeito ACM Neto (DEM) são os que melhor aparecem na pesquisa Paraná 01 de abril de 2021 | 08:52

Além de favoritismo de Neto, pesquisa mostra ele e Rui como principais lideranças, por Raul Monteiro*

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Ao ter chamado o ex-prefeito ACM Neto (DEM) de ‘cavalo paraguaio’, aquele que larga na frente mas perde, referindo-se à primeira sondagem sobre a sucessão estadual divulgada na semana passada pela Paraná Pesquisas, o senador Jaques Wagner (PT) traiu sua preocupação com a situação do seu provavelmente único concorrente ao governo baiano, em 2022. Na verdade, em todos os cenários pesquisados, o democrata aparece como franco favorito, posição que começara a se atribuir a Wagner desde que o STF reabilitou eleitoralmente o ex-presidente Lula, provável candidato do PT à sucessão presidencial, sem que nenhuma pesquisa tivesse ainda sido divulgada.

Com percentuais que variam de 49,3% a 56,5% das intenções de voto, este último resultado estimulado num cenário em que Wagner aparece como seu único adversário, Neto, segundo a Paraná, estaria eleito se o pleito, além de realizado hoje, diferentemente do que acontece, fosse descasado da sucessão presidencial, pré-condição normalmente para a vitória quando o candidato local vincula-se a uma candidatura nacional forte o suficiente para alavancar seu nome já no primeiro turno. Wagner, em contrapartida, registra de 21,4% a 25,8%, percentual do último cenário, em que seu único adversário apresentado ao eleitor é também o ex-prefeito de Salvador.

A sondagem, portanto, confirma que o desafio de Neto é, para manter a excelente condição em que se encontra hoje, a dois anos da eleição, achar um candidato presidencial promissor a que atar seu nome e o do ex-governador petista, buscar neutralizar a consistente distância em que se encontra para o democrata, atracando-se com o virtual presidenciável petista, estratégia de resto conhecida e utilizada à larga pelo PT baiano desde a primeira vitória de Wagner ao governo, em 2006, sucessão em que Lula se reelegeu com, então, 60,8% dos votos válidos, no auge do lulismo. Dois detalhes que também podem ter afligido o senador.

Segundo a Paraná, além da rejeição registrada para Wagner, da ordem de 44,7%, contra 20,8% de Neto (ambos percentuais relativos aos eleitores que não votariam neles ao governo de jeito nenhum), embora continue forte na Bahia, o ex-presidente Lula já não demonstra o mesmo vigor eleitoral que o tornava um quase-mito em 2006. Quando confrontado com Bolsonaro, por exemplo, bate 40,4% das intenções de voto à Presidência da República no Estado, contra 24,7% do capitão reformado, performando num percentual muito abaixo da média histórica com que os petistas se vangloriavam da sua condição de cabo eleitoral imbatível, da ordem de 70%.

Para desasossego de Wagner, um outro pequeno detalhe. Os números atribuídos ao hoje governador Rui Costa (PT) para o Senado, disputa para a qual tem o apoio de 45,5% dos eleitores, mostram que, apesar da manifesta antipatia da classe política por sua figura, ele é, a dia de hoje, favoritíssimo para a posição, acabando por desbancar o ex-governador como principal liderança petista na Bahia. Trata-se de condição que pode, no limite, a depender do que ocorra mais à frente, torná-lo figura imprescindível ao lado de Wagner, situação com que aliados, no entanto, seguramente não gostariam de contar numa chapa de apenas três nomes.

* Artigo do editor Raul Monteiro publicado na edição de hoje da Tribuna.

Raul Monteiro*
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