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Acordo envolve a saída do vice-governador e deputado federal eleito João Leão da presidência do PP da Bahia 19 de dezembro de 2022 | 13:57

PP costura acordo interno para acomodar aliados de Bruno Reis e defensores de uma nova aliança com o PT de Jerônimo

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O PP baiano costura internamente um acordo para tentar acomodar o desejo político das principais lideranças da sigla no estado e evitar um racha. Hoje, os parlamentares da legenda, com exceção do deputado federal Cacá Leão, defendem a retomada da aliança com o PT e o apoio ao governador diplomado Jerônimo Rodrigues. Já a cúpula da Executiva estadual do partido e Cacá preferem dar seguimento ao alinhamento com o grupo capitaneado pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União), integrando, inclusive, o governo do sucessor Bruno Reis (União) na capital, se o convite for oficializado.

O acordo envolve a saída do vice-governador e deputado federal eleito João Leão da presidência do PP da Bahia em abril, quando o diretório se reúne para definir a nova Executiva. O pepista, que ocupa o cargo desde 2014, seria substituído pelo deputado federal Mário Negromonte Júnior, nome que agrada aos dois grupos do partido. Já o comando da Executiva em Salvador, onde a sigla tem seis vereadores, ficaria a cargo de Cacá Leão, que foi candidato a senador na chapa de ACM Neto no pleito deste ano e que deve assumir, no início de 2023, a secretaria de Governo da Prefeitura.

Quem também cogita pleitear o comando do PP baiano é o deputado federal Ronaldo Carletto, que, nas eleições deste ano, abriu mão de tentar renovar o mandato para ser suplente de Cacá Leão na corrida pelo Senado e para apoiar a candidatura vitoriosa do sobrinho Neto Carletto a uma vaga na Câmara. Mas este Política Livre apurou que Mário Negromonte Júnior leva vantagem por ter uma melhor interlocução com as duas alas da sigla e por ser mais jovem e com a mente mais aberta.

O filho do conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e ex-cacique pepista Mário Negromonte tem uma boa relação, inclusive, com o futuro ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), e com Jerônimo, o que pode facilitar a vida de Cacá na articulação política da prefeitura. Vale lembrar que a família Leão e o secretário-geral do PP baiano, Jabes Ribeiro, se tornaram figura non grata para o atual e para o futuro governador do Estado.

Por outro lado, a mudança de comando do PP baiano seria a senha para a reaproximação definitiva do partido com o PT no Estado. Mas enquanto isso não for sacramentado, os deputados pepistas na Assembleia Legislativa se colocarão como independentes, mas dialogando com o governo enquanto bancada, pois com Leão não há interlocução de Jerônimo com a sigla. Os parlamentares acreditam que podem ser contemplados, após a alteração na cadeia de comando da Executiva partidária, com espaços no governo de Jerônimo.

Há alguns dias, em conversa com este Política Livre, João Leão defendeu que haja, a partir de 2023, um rodízio para a ocupação da presidência estadual do PP. Só que ele colocou como condição continuar no cargo até 2024, o que desagradou os deputados pepistas, que começaram a criticar publicamente a postura do vice-governador e a defender abertamente a saída dele. Entretanto, Leão mudou de postura, o que envolveu a intermediação do próprio Cacá, e já passa a aceitar tanto internamente quanto em conversas com a imprensa a mudança já em 2023, acalmando os ânimos internos.

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