22 novembro 2024
Eduardo Salles é engenheiro agrônomo com mestrado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais. Está no seu terceiro mandato de deputado estadual e preside a Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo, além da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Produtivo. É ex-secretário estadual de Agricultura e ex-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Agricultura (CONSEAGRI). Foi presidente da Associação de Produtores de Café da Bahia e da Câmara de Comércio Brasil/Portugal. Há 20 anos é diretor da Associação Comercial da Bahia. Ele escreve neste Política Livre mensalmente.
Cheguei ao último ano do mandato de deputado estadual com uma mistura de sentimentos: satisfeito com o resultado de inúmeras realizações nos municípios em que sou representante, mas preocupado com a deterioração do modelo político brasileiro.
Por mais de 20 anos da minha vida profissional estive no setor privado, onde aprendi lições fundamentais que aplico até hoje. Há 10 anos fui convidado para ser chefe de gabinete do senador Roberto Muniz, que à época ocupava o cargo de secretário estadual de Agricultura. Um verdadeiro mestre! Depois tive a honra de chefiar a pasta e foi um período de grande aprendizado e diversas realizações no setor.
Graças àqueles que acreditam no meu trabalho, tive a confiança de aproximadamente 80 mil eleitores e fui eleito deputado estadual.
Desde 2015, quando cheguei à Assembleia Legislativa da Bahia, não parei um único dia de trabalhar para elaborar projetos de lei, levar obras e criar alternativas que permitam o incremento da economia baiana.
Adotei como pilar do mandato a presença constante nos municípios para ouvir a população, conhecer os problemas de perto e propor soluções. Minha vida nos últimos anos tem sido na estrada. Não abro mão de estar ao lado da população, mesmo sacrificando muitos momentos com a família e amigos. Paralelo às viagens, sempre estive, desde 2015, como um dos parlamentares mais presentes às sessões do plenário e comissões.
Outro ponto importante da minha atuação como parlamentar foi a prestação de serviços para ajudar a população dos municípios onde fui votado. Nos órgãos estaduais e federais e demais instâncias do poder público sempre fui presente, trabalhando em conjunto com prefeitos, vereadores, secretários municipais e sociedade civil para garantir mais serviços e qualidade de vida aos baianos.
Não há nada mais gratificante para mim como deputado do que inaugurar uma obra ou entregar uma ação que mude para melhor a vida da população. Esse é o motivo de ser representante dos baianos.
Não pretendo com essas mal traçadas linhas tentar me diferenciar de nenhum colega parlamentar. Tem muitos exemplos que mostram ser possível acreditar na mudança deste país por meio da política, independente da coloração partidária.
A intenção desse texto é chamar você, eleitor, à responsabilidade. Somos representantes do povo, escolhidos por cada cidadão brasileiro. Não chegamos ao mandato sem o voto e a confiança de uma quantidade representativa da sociedade. Honestos, corruptos, trabalhadores, indolentes, competentes e incompetentes são escolhidos pelos brasileiros.
Neste momento de crise política e proximidade da eleição, é imperativo que o cidadão estude profundamente o que cada candidato fez e qual é a relação dele com o município. No momento da campanha, não falta quem caia de paraquedas comprando lideranças e apostando na manutenção da velha política.
Atualmente existem ferramentas de comunicação suficientes para pesquisarmos e entendermos o perfil de cada candidato. É fundamental conhecer a história de quem vamos votar. É o mínimo que cada eleitor deve fazer antes de ir à urna em outubro.
Confesso minha decepção e, às vezes, vontade de desistir da vida pública quando todo o nosso trabalho é esquecido e substituído por candidatos com grande capacidade de arregimentar lideranças utilizando o poder econômico.
Seja no setor público ou privado, já rodei os quatro cantos do mundo e posso afirmar, sem medo de errar, que o Brasil possui tudo para ser uma das três maiores economias do mundo e oferecer aos nossos filhos e netos um futuro com esperança de viver em um país mais justo e humano.
Aprendi em casa que os momentos difíceis e de dúvidas devem ser superados com mais trabalho. E é com essa premissa que acordo todos os dias, em Salvador ou no interior, para cumprir, até o último dia do meu mandato, minha missão com quem me elegeu.
Sou pai de três filhos e é também por eles que renovo minhas forças para ajudar a virar esse jogo. Não há fórmula mágica. Não há salvadores. Não há apenas um caminho. Não há resposta fácil. Não pode ter radicalismo. Tem que haver vontade, respeito às leis, competência, compromisso e envolvimento de toda a sociedade.
Seja a cor partidária ou ideologia que for, assuma com o futuro do país o compromisso que você exige dos seus representantes.