João Carlos Bacelar

Educação

João Carlos Bacelar é deputado estadual pelo PTN , membro da Executiva Nacional e presidente do Conselho Político do partido. Foi secretário municipal da Educação de Salvador e vereador da capital baiana. Escreve uma coluna semanal neste Política Livre aos domingos.

Diálogo e entendimento

O trabalho em parceria implementado na Secretaria Municipal de Educação se desenvolveu em todos os níveis. Ganhou Salvador e também, nós gestores, com o comprometimento de toda equipe para que os resultados acontecessem no menor espaço de tempo. E a meta compartilhada por todos vence aos poucos pela persistência firme: elevar a qualidade do ensino e fazer valer o direito do cidadão de ser alfabetizado na idade adequada.

Não faltaram apoiadores da proposta, afinal, os servidores da Educação sabem que caso esse serviço essencial não funcione com a atenção merecida não há perspectivas para uma Nação.

Desde os servidores da recepção, do atendimento, as merendeiras, porteiros, coordenadores pedagógicos, assessores, professores, diretores e tantos outros se uniram em prol de um objetivo comum.

Trabalharam com afinco pela recuperação das unidades providenciando a documentação – quantas vezes se fizessem necessárias – rigorosamente exigida para que o financiamento saísse a tempo. E o esforço era recompensado pelo sorriso de um pequeno aluno ao entrar na escola nova, colorida, dotada de quadra, laboratório de informática e brinquedoteca. Muitas vezes ouvi isso dos servidores lotados no setor de engenharia.

Os professores relatam experiências gratificantes e compartilham com os pares. A alegria, por exemplo, de ver uma criança das classes hospitalares mexendo no computador mesmo sem as mãos mas com a ajuda de uma paleta.

A alegria de gestores em testemunhar que sua escola subiu pontos no Ideb e de outros quando descobriram que já não falta professor em sala de aula. Muitas mães entenderam a importância de contar com uma escola em tempo integral para os filhos; assim sendo ao invés de estarem nas ruas correndo riscos podem frequentar aulas de música e artes e ganhar com o reforço escolar.

À APLB – Sindicato dedico um agradecimento especial. Amadurecidos pela luta sindical, professores de ofício, se mantém no comando das reivindicações, encaminhando pautas, negociando, buscando soluções.

Encontramos ambiente favorável durante os dois anos e meio que estive à frente da pasta. Dialogamos em muitas ocasiões e estivemos sempre abertos para escutar, concordar, contrapor. Conjugação verbal exata em uma democracia. Durante cinco meses em 2013 negociamos exaustivamente com diretores da APLB mostrando os pontos que poderíamos avançar e outros que não conseguiríamos evoluir mais em razão das limitações orçamentárias dos cofres municipais. Durante três anos não houve greve na rede municipal de ensino.

Recebi a notícia com alegria de que foi consolidado o acordo com o município nos mesmos 7,97% que levamos às reuniões. O percentual implica em reajuste acima do piso nacional, o que revela que buscamos sempre a valorização dos professores além do apreço e consideração que temos pela categoria, fundamental para a formação do cidadão e co-responsável, junto com a família, em levar os valores morais e éticos às nossas crianças e jovens.

Não foi por outra razão que nos últimos dois anos totalizamos até 74% de reajuste salarial aos professores, contribuindo de forma justa para que, com salários melhores, todos eles possam se orgulhar em ser professor, em exercer a docência, em continuar colaborando para a melhoria de vida de nossos pequenos soteropolitanos trazendo junto com eles um punhado generoso de vontade em mudar o destino de uma Nação, ávida por um educação pública de qualidade.

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