27 novembro 2024
Professora de Direito Tributário, graduada em Administração de Empresas (UFBA) e Direito (FDJ) ,Pós-Graduada em Administração Tributária (UEFS), Direito Tributário, Direito Tributário Municipal (UFBA), Economia Tributária (George Washington University) e Especialista em Cadastro pelo Instituto de Estudios Fiscales de Madrid.
Lutar por aquilo que se acredita é ainda o melhor caminho da dignidade humana. Desistir jamais. Pedras certamente farão parte da trajetória, feras terão que ser enfrentadas, obstáculos serão removidos. A batalha é árdua, os percalços inevitáveis, mas a crença num futuro melhor remove qualquer possibilidade de desistência. Confiança, perseverança e fé estão entrelaçadas e garantem a força para seguir sempre adiante.
O sofrimento faz parte da vida, mas é doloroso demais. A dor arranca um pedaço da gente e ficamos em carne viva, remoendo as nossas feridas. Por que o aprendizado tem que ser assim? Como lidar com algo que nos atropela e nos enfraquece? De que forma podemos dar a volta por cima se nos sentimos tão “pra baixo”? De onde tiraremos energia para continuar a viver?
Optar por Deus com certeza é o melhor caminho. Agir com lealdade com o próximo, perdoar as suas ofensas, assim como perdoamos as nossas, faz-nos justos e equilibra a relação com o outro. O nosso problema não é maior nem menor do que o de ninguém, mas é nosso, incomoda-nos, aflige-nos e dói, como dói! Ultrapassar a fronteira da angústia para o bem-estar requer um trabalho interior difícil. E nunca menospreze qualquer sinal de aflição.
A perda de um ente muito querido nos faz refletir sobre o verdadeiro sentido da vida e principalmente sobre o nosso papel na sociedade. A tragédia com o candidato à Presidência da República Eduardo Campos comoveu o país, afinal ele antes de mais nada, era pai, marido, amigo, filho, irmão, além de muito jovem para partir e interromper uma vida cercada de sonhos. Resiliência será a chave da sobrevivência dessa família pernambucana tão querida, que tomou conta das mídias sociais brasileiras e internacionais desde o fatídico acidente aéreo.
O Brasil está de luto. Morreu o homem que poderia revolucionar o nosso país com a sua competência, honestidade, carisma, retidão de caráter e acima de tudo um amante da pátria. Que Deus possa amenizar a dor da sua família. Ao assistí-lo no Jornal Nacional um dia antes, comentei com amigos que talvez tivesse sido a melhor entrevista dos últimos tempos: “ Não vamos desistir do Brasil” – dizia ele. Triste, muito triste.
Estamos nos sentindo órfãos, afinal muitos apostavam nele, nordestino, como a gente, sonhador e realizador. Conseguiu ser unanimidade em Pernambuco, com um legado brilhante e não seria diferente como Presidente da República. Que Deus o receba com o mesmo carinho que dispensava ao povo brasileiro. Que ele descanse em paz. Que a sua família e os amigos próximos possam transformar a dor em doces lembranças de momentos que jamais serão esquecidos.
Não é hora de cruzar os braços. É hora de recomeçar. É o momento de fazer valer as palavras de um homem corajoso, que saiu da sua condição confortável de político regional para o grande desafio de galgar a direção do país que tanto amava. Nem tudo está perdido. Que a sua memória seja um alerta para o povo brasileiro que clama por uma sociedade mais justa e igualitária, que tinha nele a esperança de ver os filhos de pobres e ricos frequentando a mesma escola. E não há forma mais nobre de homenagear a sua memória do que atender ao seu último pedido público: “ Não vamos desistir do Brasil, pois aqui criaremos os nossos filhos!”