Luiz Eduardo Romano

Direito

Advogado. Formado pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia - UFBA. Pós-Graduado em Direito Eleitoral e Pós-Graduando em Direito Constitucional. Vice-presidente da Juventude do União Brasil - Bahia.

Nilo Coelho: o legado que não se despede.

Na última sexta-feira, dia 10 de novembro de 2023, fora anunciada a despedida de Nilo Coelho da vida pública. No auge de seus 80 anos, o ex-governador da Bahia renunciou ao cargo de prefeito de sua terra natal, o Município de Guanambi/BA, oportunidade em que proclamara a sua aposentadoria enquanto ocupante de mandatos eletivos.

Em sua longa biografia enquanto homem público, Nilo Augusto Moraes Coelho, filho do político Gercino Coelho e de Eunice Moraes Coelho, ocupou, por quatro mandatos, após ter sido eleito nos anos de 1982/2004/2008/2020, o posto de chefe do poder executivo de Guanambi/BA, cidade essa onde nasceu e, também, por lá foi dado o pontapé inicial em sua carreira política.

Ainda em seu primeiro mandato enquanto gestor municipal, Nilo Coelho despontou como candidato a vice-governador do Estado da Bahia na chapa liderada por Waldir Pires, dupla essa que se consagrara vencedora após expressiva votação obtida durante o pleito eleitoral de 1986.

Em 15 de maio de 1989, ao ascender à titularidade do principal cargo político estadual, representado no posto de governador, após a renúncia de Waldir Pires para concorrer às eleições presidenciais como postulante a vice na chapa de Ulysses Guimarães ao Palácio do Planalto.

Nilo geriu os destinos da Bahia por vinte e dois meses, tendo ficado nacionalmente conhecido pela materialização de diversos projetos na área de infraestrutura, notadamente a construção de estradas, para fins de interligação territorial e econômica, em toda a continentalidade baiana.

Em 1998, Nilo Coelho foi eleito para um mandato de deputado federal, o único em seu currículo como legislador, tendo o mister de, em Brasília, ser a voz do povo da Bahia no Congresso Nacional,

Como é de praxe para aqueles que, por muito tempo, militam na atividade política e se colocam à disposição do eleitorado enquanto candidatos, Nilo não logrou êxito em algumas eleições, tais como em 1994 para o Governo do Estado, em 2010 para o cargo de vice-governador na chapa à época liderada por Paulo Souto e em 2016, a mais recente, quando não se elegeu, por um ínfimo percentual, prefeito de Guanambi/BA.

Mesmo com alguns insucessos, Nilo Coelho nunca deixou de ser um importante ativo na política baiana, dada a sua importância histórica na política e, também, em razão da sua experiência administrativa enquanto gestor público e empresário de sucesso em seus ramos de atuação perante o setor privado, por meio do qual gera, hodiernamente, milhares de empregos.

Quis o destino que, antes do seu distanciamento do universo político, Nilo voltasse a gerir os destinos de sua terra, a sua amada Guanambi, quando, em 2020, a última eleição por ele disputada, viesse a ser investido ao cargo de prefeito depois de obter significativa quantidade de votos a ele atribuídos pelo eleitorado, mandato esse ao qual assentou a sua renúncia na sexta-feira passada.

Em comunicado oficial publicado à imprensa, Nilo Coelho afirmara que “Tudo na vida tem um começo e um fim. Esta não é uma decisão repentina, mas fruto de uma profunda reflexão sobre o que é melhor para mim e para continuar a servir da melhor maneira à minha Guanambi que tanto amo. Quero deixar claro que se trata de um novo capítulo nesta história de amor. Pretendo buscar novas formas de contribuir para o bem-estar e progresso de minha terra.”  

Concluímos que, sim, de fato, pode ter chegado ao fim a carreira política de Nilo Coelho, mas o seu legado e espírito público, reconhecido por admiradores, apoiadores, aliados e adversários, se encontram apenas no começo, aptos a motivar, ainda, inúmeras gerações de políticos que estão por vir.

Saúde, felicidades e vida longa, Nilo Coelho.

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