Ernesto Britto Ribeiro

Turismo e Economia criativa

Ernesto é mestre em Administração Estratégica e trabalha com foco em desenvolvimento turístico desde 2001. Foi professor de disciplinas de Planejamento Turístico e Políticas Públicas de Turismo na Faculdade Visconde de Cairu e na Factur. Foi secretário municipal em Itaparica e sub-secretário em Salvador. É sócio da SOBRETURISMO CONSULTORIA, empresa especializada em projetos de desenvolvimento setorial, com inúmeros trabalhos na Bahia e no Piauí, sempre na área de turismo e economia criativa. Ele escreve às sextas-feiras neste Política Livre.

A Praia do Forte como destino turístico

Dentre os destinos turísticos baianos de maior sucesso está a Praia do Forte, no município de Mata de São João, distante 55 quilômetros de Salvador. Esse prolongado sucesso se deve a vários fatores que vêm se modificando com o tempo, como não podia deixar de ser, mas que se renovam de forma produtiva e que sobre eles desejo aqui fazer uma breve análise.

Primeiramente a Praia do Forte foi desejada por ser um lugarejo típico de praia, com casas de pescadores e vidinha simples, adequada para atender aos anseios de natureza de um público que se tornou fiel ao destino por décadas. Nesse início da existência turística da Praia do Forte havia a presença do empresário Klaus Peter, que dava as cartas na região e fazia com que o desenvolvimento não fugisse ao seu controle. Isso era positivo naquela época visto que a prefeitura municipal era ausente das questões turísticas da Praia do Forte. Assim foi se formando o sitio turística e até hoje se sente na Praia do Forte os efeitos dessa influencia do “alemão”.

Esse carisma que a Praia do Forte foi construindo e que agradava sobremaneira a algumas tribos, como os surfistas e o pessoal mais ligado à natureza em geral, ficou super valorizado com a chegada do Centro de Visitantes do Projeto TAMAR, no início da década de 1980. Naquele momento a Praia do Forte se consolidava como um destino de natureza e preservação, aliando, ou tentando aliar, o seu desenvolvimento como destino turístico com a proteção da natureza. Essa presença de natureza bela e inexplorada era o grande chamariz da Praia do Forte naquela época.

Um dos elementos mais importantes para o desenvolvimento de um destino turístico é a proximidade com os polos emissores, seja proximidade física, seja através de malha aérea. Nesse aspecto, a Praia do Forte não tem do que reclamar, pois está muito próxima de Salvador e com acesso privilegiado para quem vem de Aracaju, além de ter o Aeroporto de Salvador como vizinho.

Para receber os visitantes, a Praia do Forte se estruturou com dezenas de hotéis e pousadas para todos os bolsos e bares e restaurantes para diversos gostos, colocando-se como um dos destinos mais bem equipados da Bahia. Seus negócios são baseados na micro e pequena empresa, que fazem girar e multiplicar a economia do turismo muito mais do que as grandes empresas do setor. Essa economia ainda está baseada nos produtos de natureza, sobretudo no segmento de sol e praia, mas oferecendo também observação de baleias e tartarugas marinhas, visitas à Sapiranga e ao Castelo Garcia D’Ávila e muito mais natureza e aventura do que o visitante imagina. Atualmente, o destino tem sido referência em gastronomia e hospedagens de charme, aliando aventura e natureza aos prazeres da carne e de Baco.

Sempre com novidades, a Praia do Forte tem se posicionado como um destino que se repensa, com a força do empresariado associado à Turisforte, com eventos como o Running D’Aventura e o Festival Gastronômico, com a campanha recém lançada Curta Praia do Forte, que oferece descontos no mês de agosto e mais e mais. Cheia de imperfeições, visto que é real, a Praia do Forte mostra que empresariado unido pode inovar e repensar um destino sempre mais e melhor.

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