23 novembro 2024
A aposentadoria de Otto Alencar do Tribunal de Contas dos Municípios para candidatar-se provavelmente ao Senado na chapa do governador Jaques Wagner (PT) em 2010 desencadeou forte cobiça pela vaga de conselheiro dentro e fora de seu grupo político.
Entre os aliados do conselheiro, há informações de que, quando negociou sua saída do Tribunal para integrar a chapa da reeleição de Wagner, Otto teria manifestado ao governador o interesse em fazer seu sucessor no TCM e não ouvira objeção de sua parte.
Estimulados pela história, políticos e figuras vinculadas a Otto desenvolveram grande interesse no cargo, considerado um presente dos Deuses exatamente por ser vitalício e pagar uma dos maiores salários da administração estadual.
Há comentários de que o preferido de Otto para a vaga seria o seu assessor Plínio Carneiro Filho, filho do ex-deputado Plínio Carneiro. Seria uma retribuição do conselheiro ao ex-parlamentar, que antecipou sua aposentadoria para que Otto o sucedesse.
Na Assembléia Legislativa, entretanto, são feitas constantes referências a políticos como o deputado federal José Carlos Araújo (PDT) e o estadual Angelo Coronel (PR) como nomes que eventualmente o conselheiro poderia se interessar em indicar para o TCM.
Coronel teria forte torcida na Assembléia, que formalmente aprova as nomeações para os Tribunais de Contas, dado o interesse de normalmente os deputados verem um ex-colega na Corte. Araújo também não enfrentaria resistências e, na hipótese de ser o indicado, permitiria que Coronel concorresse a deputado federal.
O desejo do grupo de Otto de fazer seu sucessor, entretanto, pode esbarrar no interesse do governador de escolher um nome de sua confiança para o TCM, já que fontes ligadas ao conselheiro atestam que a sucessão no órgão não fez parte do acordo que o levou a decidir deixar o cargo para disputar o Senado no ano que vem.
Petistas disseram ao Política Livre que o PT não teria até agora manifestado interesse no cargo, até por ter recentemente emplacado o ex-deputado Zilton Rocha, um companheiro, como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, mas nada impede que outros aliados de Wagner queiram influir na indicação.
Enquanto o indicado não é definido, as tratativas para a aposentadoria de Otto são encaminhadas conjuntamente por seus assessores com o governo. A idéia é fazer com que ele deixe o TCM em meio a uma grande festa ainda na primeira quinzena de novembro.