28 de maio de 2014 | 22:10

Uma derrota inesquecível para governo e oposição

bahia

Embora não conclusiva, a votação obtida pelo deputado estadual oposicionista Carlos Gaban (DEM) contra o governista Zezéu Ribeiro (PT) na disputa pela vaga do Tribunal de Contas do Estado (TCE) já pode ser considerada a mais dura derrota do governo (PT) na Assembleia durante os dois mandatos de Jaques Wagner. Gaban obteve 28 votos contra 27 de Zezéu.

Gaban havia sido lançado como uma espécie de anti-candidato das oposições em protesto contra o fato de Wagner ter bancado a candidatura ao TCE de um deputado federal, quando a tradição atribui a indicação à Assembleia. Neste momento, Wagner se dirige à Assembleia para tentar convencer a bancada governista a garantir a indicação de Zezéu ao cargo.

O vexame pode ser atribuído também a um sentimento que começa a contaminar a base de que a eleição de Rui Costa, candidato à sucessão estadual da bolsa do colete de Wagner, pode estar comprometida. Não espanta que a derrota do governo ocorra um dia após a divulgação de uma pesquisa de opinião que apresenta o democrata Paulo Souto como favorito ao governo.

Há muitas lições a se tirar da derrota de hoje à noite, ainda que ela possa ser revertida na segunda votação que a Assembleia iniciará dentro de uma hora, já que a indicação tem que ser feita por maioria qualificada – 32 votos. A mais importante delas é que, pelo esforço que o governador fez para aprovar a indicação de Zezéu, recebendo pessoalmente os deputados governistas esta semana, o governo Jaques Wagner definitivamente não é mais o mesmo.

Raul Monteiro
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