20 de outubro de 2014 | 19:08

Entre o bem e o mal, por Rogaciano Medeiros

bahia

Na busca pelo melhor governo, Aristóteles, no livro A República, faz uma marcante distinção entre o bom homem e o bom cidadão. Estabelece uma clara separação entre a conduta do indivíduo na vida pessoal e o comportamento enquanto ser social e político. Assim, eleva a ação do sujeito perante o coletivo, diante da nação, do Estado.
Evidentemente, a felicidade pessoal é indispensável e os valores individuais são preponderantes. Mas, independentemente da formação e concepção de mundo de cada um, o grande diferencial na existência do ser humano está justamente na capacidade da ação social, no agir do indivíduo em busca da construção de um mundo mais justo e fraterno.

Um mundo onde as oportunidades sejam, obviamente, mais generosas e abundantes exatamente para quem mais precisa, para os mais pobres e desafortunados. Inclusive porque, nem sempre a igualdade de oportunidade significa justiça.
Durante toda a vida, o filósofo buscou, incessantemente, qual o melhor caminho para se chegar ao governo dos justos. No comando do reino, é preciso estar os melhores, aqueles com capacidade de promover o bem comum, priorizar a superação das desigualdades, afirmar a justiça e, acima de tudo, garantir o cumprimento das leis e o respeito à Justiça.

O segundo turno da eleição presidencial não é uma peleja entre o bem e o mal, até porque a vida é dialética. Mas, sem dúvida, hoje a sociedade brasileira experimenta o drama de Aristóteles. Definir, entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), quem pode fazer um governo melhor para o povo.

As dúvidas do filósofo jamais chegaram a um termo definitivo e ainda movem a humanidade. Por isso mesmo, para não se arrepender depois, é fundamental para o eleitor analisar a história de vida de cada um dos candidatos, identificar quem tem compromisso com os trabalhadores e os menos favorecidos e quem está a serviço dos milionários e poderosos. Afinal, são dois projetos completamente antagônicos.

*Rogaciano Medeiros é jornalista.

Rogaciano Medeiros*
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