26 de janeiro de 2015 | 09:16

Falha com Ebola faz ONU criar ‘exército’ médico

mundo

A Organização das Nações Unidas (ONU) vai criar batalhões de emergência contra epidemias, compostos por médicos. Essa é uma das medidas anunciadas ontem, na maior reforma da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 40 anos e como resposta à crise do Ebola. Em uma reunião especial convocada em Genebra, a OMS admitiu que falhou ao não identificar a epidemia antes que se espalhasse e fizesse milhares de mortos. A cúpula da entidade apresentou a mea-culpa diante da situação e reconheceu: nem o mundo nem a OMS estavam preparados para o vírus. Alvo de fortes críticas e evitando a imprensa, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, apresentou a proposta de criação de um novo sistema de defesa contra doenças. “O mundo nunca mais deveria ser surpreendido”, defendeu. “Temos de ir à guerra. Mas nem estamos preparados nem temos os meios”, alertou. “A OMS que temos não é a que necessitamos”, disse Tom Frieden, diretor do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC). O primeiro caso da epidemia ocorreu em dezembro de 2013, na Guiné. Mas o escritório da OMS na África minimizou o caso. Hoje, há 9 mil mortes, 22 mil pessoas infectadas e economias inteiras do Oeste da África destruídas. “Na crise da gripe A, nos demos conta que o mundo não estava preparado. Agora, o Ebola confirmou isso”, declarou Margaret Chan. “A OMS não sabe reagir a uma epidemia de alcance mundial”, disse. “A reação, tanto do mundo como da OMS, foi muito lenta e precisamos de um plano de contingência mundial.”

Agência Estado
Comentários