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11 de maio de 2015 | 14:35

Audiência debate casos de violência contra jovens negros

bahia

Com o objetivo de apurar os casos de violência, mortes e desaparecimentos de jovens negros e pobres no país, foi realizada ontem uma audiência pública na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Promovida pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados, batizada de CPI do Extermínio da Juventude Negra, a audiência contou com a presença de deputados federais, membros da CPI, estaduais, militantes em defesa dos movimentos negros e vítimas da violência urbana. De acordo com o deputado federal, João Carlos Bacelar (PTN), membro da CPI, a audiência é necessária para debater o assunto, que tem vitimado jovens negros, moradores de periferias. “É preciso ouvir a sociedade e os profissionais da segurança pública com o objetivo de promovermos a segurança e a justiça. O que mantém a violência alta é o genocídio de uma população negra, já que 80% dos homicídios são de jovens negros. Não quero que haja homicídios de jovens brancos, mas esses números mostram o extermínio da população negra brasileira”, afirmou o parlamentar. Para aprofundar as discussões, o evento foi dividido por mesas de debates, nas quais estiveram presentes representantes e familiares de vítimas da violência, a exemplo do capoeirista Mestre Ninha, pai do garoto Joel, morto em 2010 durante operação policial no Nordeste de Amaralina, e o Jorge Lázaro, pai do trapezista de circo Ricardo Matos dos Santos, executado por policiais na Boca do Rio enquanto jogava futebol com amigos. De acordo com o deputado estadual Alex Lima (PTN), suplente da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública, a violência contra jovens negros é considerada um dos gargalos da sociedade. “A violência é reflexo da falta de políticas públicas, portanto é preciso mais atenção para garantir os direitos da nossa juventude. Precisamos trazer sempre a questão da violência para pauta para não continuarmos perdendo nossos jovens”, disse o deputado.

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