Foto: Arisson Marinho/ Correio*
29 de maio de 2015 | 10:18

Cabula: DPT diz que não há indício de execução e que houve confronto na Vila Moisés

salvador

Após nove horas, o Departamento de Polícia Técnica (DPT) concluiu, ontem, às 9h, a reconstituição da ação policial que terminou com 12 pessoas mortas e seis feridas na comunidade de Vila Moisés, no Cabula, e em seguida informou que há indícios de que as mortes foram resultado de um confronto. A informação vai de encontro à investigação independente do Ministério Público Estadual (MPE), que denunciou nove PMs pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e tentativa de homicídio, cometidos no dia 6 de fevereiro deste ano. A denúncia do MPE já foi encaminhada ao juiz Vilebaldo Freitas, titular do 1º Juízo da 2ª Vara da Comarca de Salvador. Ela foi baseada nos laudos do próprio DPT, informações das investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e da Corregedoria da Polícia Militar, além de depoimentos de testemunhas e dos acusados. A reconstituição, que começou às 19h de quarta-feira, foi comandada pelos peritos criminais do DPT Isaac Queirós e José Carlos Montenegro, que não encontraram, a princípio, indícios de execução. “A gente não vê, até agora, nenhum indício. Tanto os sobreviventes como os policiais relatam o confronto”, disse Queirós.Questionado sobre a possibilidade de o comportamento dos sobreviventes ter sido influenciado pela presença dos nove policiais acusados na reconstituição, ele respondeu: “Não, porque os depoimentos foram realizados separadamente e coincidem com as provas objetivas, que são os laudos, como o de balística e análise do local”. No entanto, a denúncia do MPE diz que os laudos cadavéricos apontam que houve execução, já que parte dos disparos nos mortos foi realizada de cima para baixo. Ainda segundo a denúncia, os 12 mortos foram atingidos por 70 tiros e os feridos, por 18. Além disso, alguns mortos apresentam perfurações nas palmas da mãos, braços e antebraços.

Correio*
Comentários