Bancada do PT toma posição contra Cunha na segunda-feira

A denúncia enviada pela Procuradoria Geral da República ao Supremo Tribunal Federal contra o presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), pode intensificar ainda mais a guerra política no parlamento, iniciada em fevereiro deste ano.Pelo menos é o que pensa o ministro da Defesa Jaques Wagner e seus correligionários petistas na Casa. Segundo eles, o momento é de muita cautela e análise aprofundada dos fatos, uma vez que somente o plenário da Câmara pode decidir pelo afastamento do presidente.De acordo com o deputado federal petista Luiz Caetano, a bancada do PT vai se reunir na próxima semana para anunciar uma decisão definitiva. Cunha foi denunciado por lavagem de dinheiro e corrupção ativa, com base nas investigações da Operação Lava Jato. Apesar disso, tem se demonstrado tranquilo e sereno e chegou a afirmar que “renúncia” não faz parte do seu vocabulário.O peemedebista acrescentou, ainda, que fará de tudo, dentro das leis, para permanecer no posto e cumprir o seu mandato. O ex-governador da Bahia, no entanto, acredita que a denúncia é um problema que irá complicar a vida na Casa.“Isso é um problema que, evidentemente, complica para a Câmara dos Deputados. Mas, o fato de estar denunciado não tem uma obrigação de afastamento. Porém, seguramente, vai haver uma guerra política lá dentro. Só o plenário da Câmara pode decidir isso [afastamento ou não de Cunha]”, disse, durante visita ao 26º Batalhão de Infantaria Paraquedista, em Deodoro, na zona oeste do Rio.Questionado sobre a possibilidade de uma “guerra política”, o deputado federal petista Luiz Caetano mostrou-se favorável à retirada de Cunha da presidência, assim como vários parlamentares, mas acrescentou que a guerra política já existia e é apenas continuada.“O fato é que vários parlamentares já se pronunciaram pedindo o afastamento de Cunha. Ele se enfraqueceu muito, mas ainda tem uma base. Todo denunciado tem o direito ao contraditório e à defesa”.