6 maio 2024
Em greve há três dias, funcionários da Bahiagás, concessionária estadual dos serviços de distribuição de gás natural canalizado, realizam na manhã desta sexta-feira (21) uma manifestação na Secretaria de Infraestrutura do Estado da Bahia (Seinfra), no Centro Administrativo da Bahia (CAB). Segundo o Sindicato dos Químicos da Bahia (Sindiquímica), entidade que representa à categoria, os manifestantes buscam a intervenção do secretário da pasta, Marcus Cavalcanti, na abertura de um canal de negociação com o diretor-presidente da Bahiagás, Luiz Gavazza. A greve acontece pela falta de avanços na campanha salarial. “Negociamos desde abril com a Bahiagás sem resultados para a categoria”, denuncia o Sindiquímica. Os trabalhadores reivindicam a inflação do período e 2,38% de ganho real, salário educação para os funcionários e cesta básica, dentre outros itens. A companhia só oferece a inflação do período e nada mais. Também de acordo com o sindicato, a companhia está usando vários artifícios para obrigar os trabalhadores a retornarem ao trabalho com ameaças de demissão, inclusive. “A Bahiagás afronta a Lei que regulamenta o exercício do direito de greve. As obrigações durante o movimento paredista são reciprocas, e não apenas para os trabalhadores, e nesse sentido a Lei de greve é clara ao vedar a coação patronal perante o trabalhador. Os telegramas enviados pela companhia com convocação nominal para cada trabalhador é indubitavelmente uma violação à Lei. E mais, ainda envia correspondências aos familiares dos trabalhadores para constrangê-los durante o exercício do seu direito constitucional de greve, mais uma vez ao arrepio da Lei”, denuncia o Sindiquímica em nota publicada hoje na imprensa local. Além disso, na quarta-feira, no primeiro dia da greve, a empresa reteve os turneiros, obrigando-os a trabalhar mais de 16 horas seguidas na unidade de Camaçari, configurando-se jornada de trabalho superior ao limite máximo permitido pela Constituição Federal, com riscos à integridade física desses trabalhadores, já agravados pelo fato deles exercerem o labor em locais periculosos, com risco de explosão.