20 de dezembro de 2015 | 08:30

Comunidade de Bate Facho protesta contra abandono da barragem de Pituaçu

bahia

Moradores da comunidade de Bate Facho, na Boca do Rio, realizaram um protesto na manhã deste sábado, 19, para chamar atenção sobre o risco do rompimento da barragem de Pituaçu. O problema já foi relatado pelo vereador Euvaldo Jorge (PP), que inclusive, teve um projeto de indicação aprovado na Câmara de Vereadores sobre o tema. “Essa é uma tragédia anunciada que eu venho chamando atenção há muito tempo. São necessárias obras de infraestrutura no local, para que as águas da Barragem de Pituaçu sejam desviadas para outra direção, tirando da rota a localidade do Bate Facho. As fortes correntezas das águas da Barragem de Pituaçu, que desaguam na comunidade que fica às margens da Av. Jorge Amado, trazem muitos prejuízos para a comunidade”, explica o vereador que esteve a frente do protesto. A barragem, agregada ao Parque de Pituaçu, é administrada pelo Governo do Estado através da Conder e, de acordo com moradores, já foi um local utilizado para lazer, inclusive permitindo a tomada de banho nas águas que eram limpas. Hoje, observa-se uma água escura e fétida. Representantes do Conselho de Moradores do Bate-Facho relataram os prejuízos e riscos causados pela transbordamento da lagoa. “Quando chove muito nossa comunidade fica submersa. Moradores perdem seus móveis, eletrodomésticos, e comerciantes suas mercadorias. Todos os anos também temos surtos de diarreia, febre e o que você pode imaginar de doenças causadas por toda essa água poluída. A comunidade sofre todos os anos”, relataram os moradores. De acordo com o vereador Euvaldo Jorge, a Barragem de Pituaçu apresenta trincamento em sua estrutura, podendo se agravar com o grande volume de água que se represa naquela bacia hidrográfica nos períodos de chuvas. “Se houver um rompimento da estrutura, certamente ocorrerá um acidente de grandes proporções. Estamos tentando evitar uma nova tragédia no nosso país, por conta de rompimento de barragem”, explica o vereador lembrando da tragédia da cidade mineira de Mariana. Em novembro último, o rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, causou uma enxurrada de lama que inundou várias casas. Ao menos 17 pessoas morreram e outras duas continuam desaparecidas. O vice-presidente do Conselho de Moradores do Bate Facho, Marcelo Trindade, criticou o descaso do governo. “Essa comunidade sofre quase todos os anos com enchentes. As pessoas perdem tudo, e o governo aparece com assistencialismo. Estamos cansados disso. Queremos ações efetivas. (…). Estamos com o fantasma desse rompimento. Será que o governador quer um desastre desse no currículo dele?”, questionou.

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