01 de dezembro de 2016 | 08:00

Patrimônio histórico de Brasília amanhece depredado após dia de protesto

brasil

No dia seguinte ao protesto contra as políticas de ajuste fiscal e de reforma do ensino médio propostas pelo governo Michel Temer alguns exemplares da Esplanada dos Ministérios amanheceram nesta quarta-feira, 30, com as marcas depredação. Patrimônio Histórico da Humanidade, a área central da cidade viveu cenas incomuns em tradicionais protestos políticos, com pichações e até queima de carros. A última vez que a capital havia vivido cenas de destruição foi 30 anos atrás, quando, em novembro de 1986, sindicatos promoveram o chamado Badernaço, um ato contra o Plano Cruzado II do governo Sarney, que resultou em ônibus e carros de polícia virados na Esplanada e na Rodoviária do Plano Piloto. A estrela de aço com os pontos cardeais não foi poupada, assim como as placas de referências da catedral e dos Ministérios, postes de radares de velocidade e as luminárias cenográficas em frente aos pés de jatobás no Comando da Aeronáutica. A Biblioteca Nacional e o Museu da República receberam frases como “Fora Temer”, “polícia assassina” e “governo golpista”. Nem Paulo Freire (1921-1997) resistiu às depredações durante o ato contra as medidas do governo. O painel com o retrato do educador, em frente ao Ministério da Educação, foi manchado de tinta. A principal construção religiosa de Brasília foi um dos prédios mais pichados. Na cúpula e no anexo da catedral, pichadores deixaram gravadas as siglas das universidades federais de Goiás, Rural do Rio de Janeiro, Mato Grosso, Espírito Santo, Viçosa (MG), Ouro Preto (MG), Paraíba e Paraná, além da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

AE
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