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Integrantes da força-tarefa avaliam que delação da Odebrecht vai sobrecarregar Supremo, que levou seis anos para julgar mensalão, que tinha 38 réus em um único processo 25 de janeiro de 2017 | 07:10

STF tem que resolver como julgará Lava Jato

brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) terá que encontrar uma solução para conseguir julgar o volume de processos da Operação Lava Jato que receberá, a partir de 2017, com a homologação da mega delação premiada da Odebrecht – primeira tarefa do sucessor do ministro Teori Zavascki, morto tragicamente na quinta-feira, 20, em um acidente de avião. Com aproximadamente 90 políticos denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), a delação da Odebrecht vai inflar o número de alvos com foro privilegiado, acusados de corrupção na Petrobrás, e congestionará o Supremo, avaliaram investigadores das forças-tarefas da Lava Jato, em Brasília e Curitiba. Até dezembro, Teori tinha recebido, como relator da Lava Jato, 17 denúncias da PGR, oriundas de 81 inquéritos, que têm sob investigação 364 pessoas e empresas. São acusados no esquema comandado por políticos do PT, PMDB e PP, em conluio com empreiteiras, que teria gerado um rombo de mais de R$ 40 bilhões na Petrobrás, em dez anos, que vai mais do que dobrar, segundo investigadores envolvidos no acordo da Odebrecht. Os nomes dos denunciados não são divulgados, pois alguns dos processos correm em segredo de Justiça. Em dois anos de atuação – os primeiros inquéritos da Lava Jato, no STF, são de março 2015 -, Teori tinha aberto três ações penais, sendo que duas delas foram enviadas para a primeira instância, por perda de mandato dos alvos. Um dos casos é o do ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso desde dezembro, em Curitiba, e será julgado pelo juiz federal Sérgio Moro.

Estadão
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