Foto: Divulgação
Ex-presidente Lula 15 de abril de 2017 | 08:30

Lula teria agido BNDES ampliar crédito em US$ 1 bi em Angola

brasil

O patriarca da Odebrecht, Emilio Odebrecht, declarou à Operação Lava Jato que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva atuou, após um pedido do filho Marcelo Odebrecht, para ampliar uma linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em Angola. Segundo o delator, ele pediu ‘um aumento de US$ 1.2 bilhões’, mas foi atendido em US$ 1 bilhão. Emilio Odebrecht disse à Procuradoria que ‘quem paga a linha de crédito é o governo de Angola aos exportadores brasileiros’. O financiamento, afirmou, já existia e ‘foi só ampliado’. Lula foi presidente da República entre 2003 e 2009. “Marcelo realmente me pediu esse apoio para que conversasse com Lula. Foi num período em que houve uma queda de petróleo muito grande. Angola estava com isso com restrições orçamentárias, de disponibilidade deles, então, o orçamento mingou bastante. Era importante que houvesse uma ampliação na linha de crédito que Brasil tinha com Angola. Eu me lembro que tinha um valor que nós chegamos com as outras empresas, a dimensionar, porque isso não era só para a Odebrecht, era para a Odebrecht e outras”, relatou. Emilio afirmou não saber informar com quem Lula tratou da linha de crédito em Angola. “Linha de crédito que já existia e que a nossa provocação foi aumentar, que era uma forma de no período suprir aquele período que Angola estava com restrições orçamentárias, fruto da redução do preço do petróleo. Foi pedido. Eu me lembro que eu cheguei para o Lula, que estava em tramitação, se ele pudesse que ele conhecia o trabalho que as empresas estavam fazendo, nós em particular. Se ele pudesse prestigiar para que não houvesse dificuldades na extensão dessa linha de crédito, era um pedido que eu estava fazendo para ele”, contou. “Extensão de valor, aumentar. Nós pedimos, se não me engano, em torno de um aumento de US$ 1.2 bilhões e se eu não me engano fui atendido em torno de US$ 800 milhões, US$ 900 milhões. Parte disso foi resolvido, foi atendido pelo governo. Isso desafogou lá.” O pedido, segundo Emilio, foi feito ‘em 2008, 2009’. “A aprovação terminou sendo em 2010”, declarou. “E o valor aprovado foi US$ 1 bilhão.” “Só sei que houve a conclusão. Não como nós gostaríamos, as empresas todas que trabalhavam lá gostariam, mas foi atendido em sua grande parcela”, afirmou. O Ministério Público Federal questionou o empreiteiro sobre as garantias dadas por Angola. “Essas daí são as melhores possíveis, petróleo.”

Estadão
Comentários