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Sérgio Cabral 02 de junho de 2017 | 06:40

Cabral usou contas no exterior para pagar joias, diz diretora de joalheria

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Em depoimento à Justiça Federal nesta quinta-feira, 1, a diretora comercial da rede de joalherias H. Stern, Maria Luiza Trotta, afirmou que o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), preso desde novembro passado e acusado de liderar uma organização criminosa que desviou dinheiro público, usou uma conta na Alemanha para pagar por joias compradas para sua mulher, Adriana Ancelmo. “A Adriana geralmente vinha à loja. Já (no caso das compras com) o senhor Sérgio Cabral, um assessor vinha até mim, agendava o local e eu ia ao encontro dele. (…) Os pagamentos eram feitos geralmente em espécie. O Sérgio Cabral dizia que o Carlos Miranda iria ao nosso encontro. Ele ia na nossa matriz e fazia o pagamentos. Teve uma ocasião que ele pagou com transferência bancária através de uma conta no exterior. Veio de uma conta da Alemanha . Foi um conjunto de safiras”, disse Maria Luiza ao juízo da 7.ª Vara Federal do Rio. A diretora da H. Stern, que é testemunha de acusação contra Cabral, afirmou ainda que Adriana “gostava de coisas exclusivas”: “Em muitos casos ela pediu para produzir um modelo para ela. Ao todo, 11 vendas foram feitas para a Adriana Ancelmo”, disse. Em depoimento prestado em 24 de maio, Cabral admitiu a compra de joias, segundo ele realizado com dinheiro de sobras de campanha. A Justiça do Rio bloqueou R$ 3,1 bilhões de bens de Cabral, do ex-secretário de Transportes e deputado federal Julio Lopes (PP), do ex-subsecretário de Turismo Luiz Carlos Velloso e de integrantes da diretoria da Riotrilhos, da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes (Agetransp) e de cinco empresas. O bloqueio foi baseado nas investigações que apontaram fraudes no contrato de implantação da Linha 4 do metrô. O atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), o deputado estadual Carlos Osório (PSDB) – ex-secretário estadual de Transportes – e o atual presidente da Agetransp, César Francisco Ferraz, também foram alvo de ação do Ministério Público para bloqueio de bens, mas a Justiça negou o pedido para incluí-los por considerar que os fatos apresentados não abrangem o período posterior à assinatura do Termo Aditivo 4, do qual participaram Pezão, Osório e Francisco Ferraz.

Estadão
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