Foto: Wilton Junior / Estadão
Ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobrás, Aldemir Bendine 28 de julho de 2017 | 06:40

Bendine e Odebrecht acertaram propina no prédio da Presidência em SP

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A força-tarefa da Operação Cobra, fase 42 da Lava Jato deflagrada nesta quinta-feira, 27, reconstituiu todos os passos do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobrás, Aldemir Bendine, desde junho de 2014, quando supostamente ele deu início ao seu objetivo de tomar propina da Odebrecht. A investigação mostra que Bendine se reuniu com o empresário Marcelo Odebrecht na sede do BB, que fica no mesmo prédio ocupado pelo escritório da Presidência da República em São Paulo, na Avenida Paulista. A pista sobre o encontro na Paulista foi localizada no Outlook de Odebrecht, que chama Bendine pelo apelido ‘Dida’ – na planilha de propinas da empreiteira, Bendine era ‘Cobra. Inicialmente, segundo o Ministério Público Federal, Bendine exigia R$ 17 milhões da empreiteira, valor equivalente a 1% de uma dívida da companhia junto ao BB. Na ocasião, a instituição financeira era dirigida por Bendine. Em delação premiada, o executivo Fernando Reis, da Odebrecht, informou que agendou ‘um primeiro encontro’ com o publicitário André Gustavo Vieira Júnior – apontado como ‘operador’ de Bendine -, no Hotel Mercure São Paulo Jardins (Alameda Itu, 1151, Jardins, em São Paulo. O encontro ocorreu no dia 23 de junho de 2014. Reis contou que ‘já neste primeiro encontro, André Gustavo, após dizer que falava em nome do então presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, relatou que o Grupo Odebrecht possuía uma agenda com o Banco do Brasil e demonstrou, de fato, conhecer detalhes, pois narrou três processos de crédito que as empresas do grupo tinham junto ao banco’. Os processos se referiam a um crédito de R$ 600 milhões para o Estaleiro Enseada Paraguaçu, outro de € 150 milhões para financiar a aquisição da EGF (processo de privatização em Portugal) e o terceiro de R$ 2,9 bilhões para a Odebrecht Industrial. O executivo afirmou que André Gustavo ‘claramente tinha a intenção de negociar uma ‘comissão’ sobre todas essas operações, mas os créditos relativos à EGF e ao Estaleiro não avançaram e as conversas evoluíram apenas em relação ao crédito da Odebrecht Agroindustrial’. Leia mais no Estadão.

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