27 de outubro de 2017 | 17:54

Funaro chora em audiência: “passou a fase de querer poder, eu não quero mais passar por isso”

brasil

O corretor Lúcio Funaro se emocionou em audiência na Justiça Federal em Brasília nesta sexta-feira ao falar sobre a prisão e a família. “Passou a fase de querer vaidade, querer poder. Faz 1 ano e meio que minha filha está vindo aqui nas audiências, o sr (disse ao juiz) conheceu ela um bebê. Eu não quero mais passar por isso. Faz um ano e meio que eu não vejo meu pai. Não tenho coragem de chamar ele para me visitar”, disse Funaro, chorando. A esposa de Funaro, que acompanha a audiência, também chorou nesse momento. Ele está preso desde julho do ano passado e fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) no final de agosto. Ainda emocionado, Funaro falou sobre as operações financeiras que fez – e que geraram pagamento de propina. “Foram operações financeiras, mas que não são permitidas e eu tinha que saber isso. Se não é permitido é proibido. Se é proibido pode me levar para a cadeia. Eu não tinha essa concepção dentro da minha cabeça”, afirmou o corretor, que negou que atuasse como um doleiro. Sobre sua situação na cadeira, disse ao juiz que “não tem condição nem de se mexer, quanto mais arrumar briga com os outros”. Funaro disse que quer sair da prisão para fazer faculdade, como previsto em seu acordo de delação, e “arrumar a vida”. Na delação, Funaro implicou o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Os dois estão sentados frente a frente na 10ª Vara Federal em Brasília para interrogatórios da Operação Sépsis, que investiga desvios a partir de contratos da Caixa. O corretor disse que estava em uma posição “chata” frente a Cunha.

Estadão
Comentários