19 de dezembro de 2017 | 08:00

Procuradoria quer arquivar caso que citava ‘dossiê’ contra policiais

brasil

O Ministério Público Federal pediu o arquivamento de um inquérito aberto em 2015 que mirava um delegado da Polícia Federal, um agente da corporação e cinco advogados. Todos eram investigados com base na Lei do Crime Organizado, corrupção passiva e ativa, violação do sigilo funcional e associação criminosa. O pedido do arquivamento foi feito na sexta-feira passada, dia 15. A Procuradoria da República alegou “não haver prova da materialidade do delito” contra o delegado da Polícia Federal Paulo Renato de Souza Herrera, o agente da PF, Rodrigo Gnazzo, em licença à época dos fatos, e pelos advogados Marden Esper Maués, Juan Marciano Dombeck Vieira, Ademir Gonçalves, Edgard Lippmann e Augusto Arruda Botelho Neto. O inquérito tinha como alvo a “veiculação na imprensa de material depreciativo a policiais federais responsáveis pela Operação Lava Jato”, a “confecção de um dossiê com o objetivo de atribuir a prática de ilícitos penais a determinados membros do Departamento de Polícia Federal” e também “a utilização, por parte de policiais federais, de senhas de outros servidores do DPF para acesso a procedimentos sigilosos vinculados ao Caso Lava Jato por meio do Sistema Cartorário”. No pedido de arquivamento, a Procuradoria da República anota que “os elementos colhidos não permitem, em princípio, a deflagração de ação penal”. “Apesar de altamente reprováveis as condutas dos investigados, ensejadoras da violação de normas éticas, exigíveis não só do cidadão comum, mas sobretudo de servidores públicos e de advogados, situação dos investigados, tal proceder, à vista das provas colhidas, não permite, até o presente momento, concluir pela existência de infração penal”, afirma o Ministério Público Federal. Para os procuradores Antônio Carlos Welter e Januario Paludo, as ações do delegado da PF são “extremamente reprováveis, assim como seus motivos”. “Utilizou-se do ambiente interno da Superintendência Regional de Polícia Federal no Paraná para angariar informações e confeccionar espécie de “dossiê” com o objetivo de macular a imagem de colegas e promover a alteração de postos de comando da SR/DPF/PR”, anota a Procuradoria.

Estadão
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