Foto: José Patrício/Estadão
Porto de Santos 17 de janeiro de 2018 | 20:45

Auditoria aponta risco na relação de ex-superintendente da Caixa com a Rodrimar

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O relatório final de investigação independente realizada pelo escritório Pinheiro Neto aponta para o risco da relação de Giovanni Alves, ex-superintendente nacional de médias e grandes empresa (SUNGE), área à época sob tutela da vice-presidência ocupada por Geddel Vieira Lima, com a empresa Rodrimar. Segundo a investigação contratada pela própria Caixa, há risco de questionamentos na Justiça porque, “atualmente, há investigações judiciais para apurar se o Presidente da República Michel Temer possuía alguma relação com essa empresa”. A afirmação consta no relatório do Pinheiro Neto no item “Risco e conclusão” sobre Giovanni Alves. A investigação citada é o inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e apura se a Rodrimar, empresa que opera no Porto de Santos, foi beneficiada pelo decreto assinado pelo presidente em maio de 2017, que ampliou de 25 para 35 anos as concessões do setor, prorrogáveis por até 70 anos. Além do presidente, são investigados Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor de Temer e ex-deputado federal, e Antônio Celso Grecco e Ricardo Conrado Mesquita, respectivamente, dono e diretor da Rodrimar. Todos negam irregularidades. Rocha Loures e o diretor da Rodrimar Ricardo Mesquita também são citados no relatório produzido pelo Pinheiro Neto. De acordo com o documento, que embasou o pedido de afastamento dos vice-presidentes da Caixa, se constatou que Mesquita ” realizou visitas a Giovanni Alves no prédio da matriz da CEF. “Nos emails de Giovanni foi detectada mensagem enviada pelo Superintendente Regional e da Baixada Santista contendo informações sobre avaliação de risco de crédito da operação relativa à Rodrimar”, diz o relatório. egundo o documento, à época Alves não trabalhava mais na SUNGE e “por isso não estava entre suas atribuições obter informações sobre a operação da Rodrimar.” Interrogado pelos investigadores independentes, o vice-presidente Corporativo da Caixa Antônio Carlos Ferreira, afastado na terça-feira, 16, confirmou a relação de Alves coma a Rodrimar e disse que Mesquita “lidava diretamente com Giovanni Alves quando visitava a CEF”. Ferreira também afirmou aos investigadores que o “ex-Deputado Rodrigo Rocha Loures, ligado a Michel Temer, teria sido visto nas dependências da CEF para tratar de assuntos de interesse da Rodrimar”. Na conclusão de sua investigação, o Pinheiro Neto aponta que após o afastamento de Alves do banco, o ex-assessor de Temer Rodrigo Rocha Loures teria procurado Gilberto Occhi, presidente de Caixa, e o próprio Ferreira para “tratar de operações de interesse da Rodrimar”. O relatório também cita que Alves teria sido visto nas dependências da Rodrimar, o que teria dado “ensejo a um processo administrativo”.

Estadão Conteúdo
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